(1Rs 8,1-7.9-13; Sl 131[132]; Mc 6,53-56) 5ª Semana do Tempo Comum.
“Percorrendo toda aquela região, levavam os doentes deitados em suas
camas
para o lugar onde ouviam falar que Jesus estava” Mc 6,55.
“A vida missionária de Jesus foi
bastante tumultuada. Ele não conseguia passar despercebido. Sua presença atraia
multidões de pessoas, vinda em busca de cura para seus males. E ninguém era
despedido sem ter recebido a graça desejada. Em meio a tantas solicitações,
Jesus era desafiado a não perder o rumo da missão, pois estava cercado de
perigos. A afluência das massas carentes podia dar origem ao orgulho e levá-lo
a esquecer que estava a serviço do Pai. Ou então, podia levá-lo a esquecer que
o poder recebido do Pai para realizar ações poderosas sinalizaria a presença do
Reino e não autopromoção. Ou ainda, que sua missão não se resumia em fazer
milagres, motivo de glória e reconhecimento, antes, era um caminho de
sofrimento e de cruz para ser trilhado. O movimento frenético das multidões não
enganava Jesus. Ele tinha consciência de ser procurado, porque transmitia,
gratuitamente e sem discriminação, o dom da vida e não por sua condição de
enviado do Pai. Talvez, a mentalidade popular identificasse Jesus como um
taumaturgo ambulante, incapaz de levar o povo a dar o salto qualitativo da fé.
Mas a fé era uma exigência para ser beneficiado pelo poder taumatúrgico de
Jesus. Como, então, ser possível controlar a fé das multidões? Sem dúvida,
Jesus se deixava mover por pura misericórdia. Não podia manter-se insensível e
intransigente, diante do quadro desolador de multidões abandonadas. – Senhor
Jesus, que eu sirva com amor gratuito e generoso a quem precisa de mim, sem
perde de vista minha condição de servidor do Reino” (Pe. Jaldemir Vitório, sj – O
Evangelho nosso de Cada Dia [Ano B] - Paulinas).
Pe. João Bosco Vieira Leite