(Jr 18,18-20; Sl 30[31]; Mt 20,17-28) 2ª Semana da Quaresma.
“disseram eles: ‘Vinde para
conspirarmos juntos contra Jeremias; um sacerdote não deixará morrer a lei;
nem um sábio, o conselho; nem um
profeta, a palavra” Mt 20,18a.
“Este livro profético contém
algumas seções conhecidas por ‘confissões de Jeremias’ (cf. Jr 11,18-23;
12,1-6; 15,10.15-20, etc.), uma espécie de reflexão sobre a vocação do profeta,
amiúde amarga pelas contradições e o custo que o chamamento de Deus comporta. A
passagem biográfica seguinte está perfeitamente em linha com a pregação de
Jeremias: o profeta, agitado no seu íntimo pelas manobras urdidas pelos
inimigos por causa da palavra anunciada, dirige-se a Deus. [Compreender a
Palavra:] Na página profética da liturgia de hoje opõem-se as contradições que
sacodem o espírito de Jeremias. Ele encarna a figura do justo perseguido que
recebe o ‘mal’ em troca do ‘bem’ feito (v. 20). A sua pregação é rejeitada,
inclusive os inimigos pensam poder dispensar a sua palavra, iludindo-se
conhecer a todo o momento a vontade de Deus através das funções dos sacerdotes,
dos sábios e dos profetas. Perante os inimigos que lhe tecem armadilhas fatais
(vv. 8b.20) e o perseguem pelas próprias palavras, Jeremias invoca a proteção
do Senhor. Recorda a Deus o tempo em que intercedia por quantos agora são seus
inimigos e não hesita em invocar um castigo pelas más ações, urdidas contra
ele: ‘Não deixes impune a injustiça, nem tires da tua lembrança os seus
pecados’ (Cf. Jr 18,23)” (Giuseppe Casarin – Lecionário
Comentado [Quaresma - Páscoa] – Paulus).
Pe. João Bosco Vieira Leite