(Jr 17,5-10; Sl 01; Lc 16,19-31) 2ª Semana da Quaresma.
“Um pobre, chamado Lázaro, cheio
de feridas, estava no chão, à porta do rico” Lc
16,20.
“O excesso de riqueza faz o
coração humano tornar-se insensível ao sofrimento alheio. O pecado, neste caso,
consiste em não se dar conta de que existem outras pessoas cuja sobrevivência
depende de um gesto generoso e solidário. Jesus buscou abrir o coração dos
discípulos para a sensibilidade e a misericórdia. A parábola do homem rico, sem
misericórdia, sublinha o destino reservado a quem vive em função de desfrutar
os bens deste mundo. Naquela mesa farta, havia lugar apenas para o rico e seus
convidados. A preocupação de apresentar-se com roupas luxuosas desviava sua
atenção do pobre que jazia à sua porta. Entre o homem rico e o pobre Lázaro,
havia pessoas encarregadas de mantê-los devidamente separados. Por isso, o
pobre não podia nem mesmo comer o refugo da mesa do rico. Todavia, essa
situação se inverteu na hora da morte. O prazer do rico tornou-se sofrimento, e
o sofrimento do pobre consolação. A tranquilidade do rico converteu-se em
tribulação, e a tribulação do pobre, em felicidade. A segurança do rico
mudou-se em desespero, e a insegurança do pobre, em salvação. Os discípulos de
Jesus devem precaver-se contra a tendência de fechar os olhos para quem jaz na
sarjeta do mundo, fazendo-se solidários com os Lázaros sentados à sua porta.
– Senhor Jesus, cria em mim um coração sensível, capaz de fazer-se
solidário com quem jaz à minha porta, esmolando um pouco de amor” (Pe. Jaldemir Vitório, sj – O Evangelho nosso de Cada Dia [Ano
B] - Paulinas).
Pe. João Bosco Vieira Leite