(1Rs 11,4-13; Sl 105[106]; Mc 7,24-30) 5ª Semana do Tempo Comum.
“Então Jesus disse: ‘Por causa do que acabas de dizer, podes voltar para
casa. O demônio já saiu de tua filha’” Mc 7,29.
“A pregação de Jesus, em terras
estrangeiras, exigiu dele superar os preconceitos e tabus de seus habitantes.
Assim: identificar a da terra dos pagãos como âmbito de impureza e a proibição
de contactar com eles; a visão de que sua missão destinava-se unicamente ao
povo de Israel, sem perspectivas mais amplas; a concepção machista que
desvalorizava a mulher, reduzindo-a à condição de propriedade do pai ou do
marido. Jesus alargou o raio de sua pregação para além dos limites de Israel.
Aí fez experiências importantes para a formação da sua consciência, enquanto
enviado do Pai. O encontro com uma mulher pagã, que pedia a cura para a filha,
foi um momento privilegiado de seu ministério. Num primeiro momento, Jesus se
recusou a atender o pedido, ancorado na certeza de ter sido enviado apenas para
os fiéis judeus. Ajudar uma pagã seria como tirar o pão da boca dos filhos e
jogá-lo aos cachorrinhos. Por ser pagã e idólatra, esta mulher não possuía o
requisito da fé para ser atendida. Portanto, estava excluída do Reino. Ela,
porém, demonstrou o contrário. ‘Os cachorrinhos também têm o direito de
saciar-se com as migalhas caídas da mesa dos filhos’. Esta profissão informal
de fé fez Jesus voltar atrás. Entre os pagãos havia gente preparada para
receber os benefícios do Reino. – Senhor Jesus, alarga meus horizontes,
fazendo-me ver, para além dos meus preconceitos e tabus, tantas pessoas
marginalizadas a quem a Boa-Nova deve ser anunciada” (Pe. Jaldemir Vitório, sj – O
Evangelho nosso de Cada Dia [Ano B] - Paulinas).
Pe. João Bosco Vieira
Leite