Quinta, 08 de fevereiro de 2024

(1Rs 11,4-13; Sl 105[106]; Mc 7,24-30) 5ª Semana do Tempo Comum.

“Então Jesus disse: ‘Por causa do que acabas de dizer, podes voltar para casa. O demônio já saiu de tua filha’” Mc 7,29.

“A pregação de Jesus, em terras estrangeiras, exigiu dele superar os preconceitos e tabus de seus habitantes. Assim: identificar a da terra dos pagãos como âmbito de impureza e a proibição de contactar com eles; a visão de que sua missão destinava-se unicamente ao povo de Israel, sem perspectivas mais amplas; a concepção machista que desvalorizava a mulher, reduzindo-a à condição de propriedade do pai ou do marido. Jesus alargou o raio de sua pregação para além dos limites de Israel. Aí fez experiências importantes para a formação da sua consciência, enquanto enviado do Pai. O encontro com uma mulher pagã, que pedia a cura para a filha, foi um momento privilegiado de seu ministério. Num primeiro momento, Jesus se recusou a atender o pedido, ancorado na certeza de ter sido enviado apenas para os fiéis judeus. Ajudar uma pagã seria como tirar o pão da boca dos filhos e jogá-lo aos cachorrinhos. Por ser pagã e idólatra, esta mulher não possuía o requisito da fé para ser atendida. Portanto, estava excluída do Reino. Ela, porém, demonstrou o contrário. ‘Os cachorrinhos também têm o direito de saciar-se com as migalhas caídas da mesa dos filhos’. Esta profissão informal de fé fez Jesus voltar atrás. Entre os pagãos havia gente preparada para receber os benefícios do Reino. – Senhor Jesus, alarga meus horizontes, fazendo-me ver, para além dos meus preconceitos e tabus, tantas pessoas marginalizadas a quem a Boa-Nova deve ser anunciada (Pe. Jaldemir Vitório, sj – O Evangelho nosso de Cada Dia [Ano B] - Paulinas).

 Pe. João Bosco Vieira Leite