(2Sm 6,12-15.17-19; Sl 23[24]; Mc 3,31-35) 3ª Semana do Tempo Comum.
“Chegaram a mãe de Jesus e seus irmãos. Eles ficaram do lado de fora e
mandaram chama-lo” Mc 3,31.
“É bem possível que, no início
do cristianismo, os parentes de Jesus tivessem querido exigir um lugar de
destaque no contexto da comunidade. Eles podiam sempre apresentar como
argumento o fato de terem o Messias Jesus uma relação especial de parentesco de
sangue, donde sua situação privilegiada em relação aos demais discípulos. A
comunidade, então, foi buscar, em sua própria experiência, um fato que tornava
injustificada esta exigência. Quando, certa vez, foi procurado por sua mãe e
alguns outros membros de sua família que desejavam vê-lo, Jesus deixou bem
claro que fazia parte da sua família quem se predispusesse a fazer a vontade de
Deus. Sim, a submissão à vontade Deus é que estabeleceria laços profundos, como
os de parentesco, entre Jesus e seus discípulos. Outros possíveis critérios
careciam de sentido, talvez por se fundarem num mero sentimentalismo. As
palavras de Jesus não foram desrespeitosas para com sua mãe. Maria foi modelar
na submissão à vontade de Deus. Sua figura apagar-se-ia se não fosse pensada a
partir de seu enraizamento em Deus. Portanto, também pelo novo critério
apresentado por Jesus, ela continuaria a ser sua mãe. E também mãe da nova
família, encabeçada por Jesus, cujas relações se definem a partir da vontade do
Pai. – Senhor Jesus, concede-me a graça de submeter toda a minha vida à
vontade do Pai, para que eu possa participar da nova família que inauguraste” (Pe. Jaldemir Vitório, sj – O
Evangelho nosso de Cada Dia [Ano B] - Paulinas).
Pe. João Bosco Vieira
Leite