Quarta, 17 de janeiro de 2024

(1Sm 17,32-33.37.40-51; Sl 143[144]; Mc 3,1-6) 2ª Semana do Tempo Comum.

“Davi meteu, então, a mão no alforje, apanhou uma pedra e arremessou-a com a funda, atingindo o filisteu na fronte com tanta força, que a pedra se encravou na sua testa e o gigante tombou com o rosto em terra”

1Sm 17,49.

“O episódio coloca em cena, antes do desafio entre o gigante Golias e o jovem Davi, o confronto entre Davi e Saul. Resulta evidente a prudência de Saul e a determinação de Davi. O rei de quem o Espírito do Senhor já havia se retirado (cf. 1Sm 16,14), vê tudo do ponto de vista humano e, com uma certa dose de ceticismo desencantado, deseja ao jovem pelo menos a proteção de Deus. Totalmente diferente é a atitude de Davi que confia no Senhor. [Compreender a Palavra:] O episódio da vitória de Davi sobre Golias é inteiramente construído sobre a desproporção: de um lado, um homem forte e experiente nas armas, e do outro um jovem; de um lado uma madura de combate, do outro, duas mãos vazias. A desigualdade entre os dois parece fazer entender o resultado do desafio. Mas a luta toma outro aspecto. O combate já não é uma luta entre dois soldados, mas sim entre os falsos deuses dos filisteus e o Senhor dos exércitos, o Deus de Israel. O que acontece no campo de batalha é a imagem do que acontece no céu. Golias avança em nome dos seus ídolos, Davi combate em nome do Senhor. Nesta altura dá-se a reviravolta, e o inesperado sucesso do jovem sem armas demonstra bem o triunfo de Deus. Não é inexperiente Davi, antes é o Senhor que obtém a vitória para Israel. O resultado tem assim não um significado militar, mas teológico: o verdadeiro Deus é JHWH, o Senhor permitiu que Davi vencesse” (Giuseppe Casarin – Lecionário Comentado [Tempo Comum – Vol. 1] – Paulus).

Pe. João Bosco Vieira Leite