Sábado, 27 de janeiro de 2024

(2Sm 12,1-7.10-17; Sl 50[51]; Mc 4,35-41) 3ª Semana do Tempo Comum.

“Davi disse a Natã: ‘Pequei contra o Senhor’. Natã respondeu-lhe: ‘Da sua parte, o Senhor perdoou o teu pecado, de modo que não morrerás’” 2Sm 12,13.

“Natã, o profeta que tinha anunciado a Davi a perpetuidade da descendência, é novamente enviado pelo Senhor ao rei para o tornar consciente da gravidade do pecado que cometera. O texto, construído num esquema repetitivo, é composto por uma parábola (vv. 1-4), pelo juízo de Davi (v. 7) e pela sentença de Deus (vv. 1012). Seguem-se o arrependimento do rei (v. 13a), o perdão de Deus (v.13b), mas também o castigo do pecado (v. 14-17). [Compreender a Palavra:] O juízo sobre os desvios morais dos outros é frequentemente mais lúcido do que o que fazemos sobre nós mesmos. Natã leva Davi a tomar consciência do que cometeu, apelando para o sentido de retidão que, mesmo depois do pecado, continua a existir nele. A natureza fundamentalmente generosa do soberano reage com um sentido instintivo de justiça à palavra profética. Está assim preparado o caminho para que penetre no seu coração a palavra da verdade: ‘Esse homem és tu’ (v. 7) A contrição demonstrada por Davi ao confessar a sua culpa é recebida como sinal para a reconciliação com Deus, mas os dinamismos de morte instaurados com o seu pecado terão de cumprir o seu curso. Entre linhas lê-se o anúncio da história da sucessão ao trono, com todas as suas sombras, incluindo a rebelião de Absalão e a de Adonias (cf. v. 11). Além disso, o menino nascido do adultério com Betsabeia não vai viver, apesar da ascese penitencial do rei: na História, o mal manifesta-se nos seus efeitos morais” (Giuseppe Casarin – Lecionário Comentado [Tempo Comum – Vol. 1] – Paulus).

Pe. João Bosco Vieira Leite