(1Jo 5,5-13; Sl 147[147B]; Mc 1,7-11) Oitava de Natal antes da Epifania.
“João pregava, dizendo: ‘Depois de mim virá alguém mais forte do que eu.
Eu nem sou digno de me abaixar para desamarrar suas sandálias’” Mc 1,7.
“No início do evangelho
sobressai a figura de João Batista. É ele a voz que clama no deserto,
convocando os homens a prepararem o caminho do Senhor. Marcos cita Isaías,
fazendo uso da tradução grega chamada Septuaginta. Com o termo ‘Senhor’, o
profeta visara certamente Deus. Para Marcos é Jesus o ‘Senhor’. João prepara o
caminho para Jesus, o verdadeiro senhor desse mundo. Ele convida as pessoas a
prepararem as estradas de seu coração para que Jesus, entrando nelas, possa
enchê-las com seu espírito. Em seguida, Marcos descreve João como um grande
asceta que, como os beduínos daquela época, veste uma túnica de pelo de camelo
e se alimenta de gafanhotos e mel silvestre. Marcos não menciona sua pregação
sobre a conversão. Apenas fala das referências a Jesus que, mesmo vindo depois
dele, terá muito mais força do que ele. Batizará os homens com o Espírito
Santo. O batismo de João era um batismo de conversão. Era um ritual em que as
pessoas externavam o desejo de desfazer-se e lavar-se de seu passado, para
começar uma vida nova segundo os mandamentos de Deus. O batismo sem conversão
era inócuo. Já o batismo feito por Jesus entra numa outra dimensão. Neste, o
ser humano fica repleto do Espírito Santo, que lhe dá condições de assumir um
novo comportamento” (Anselm Grüm – Jesus,
caminho para a liberdade – Loyola).
Pe. João Bosco Vieira Leite