Terça, 16 de janeiro de 2024

(1Sm 16,1-13; Sl 88[89]; Mc 2,23-28) 2ª Semana do Tempo Comum.

“Então os fariseus disseram a Jesus: ‘Olha! Por que eles fazem em dia de sábado o que não é permitido?’”

Mc 2,24.

“A observância do sábado era um ponto fundamental na piedade judaica. A tradição rabínica, porém, interpretou esta tradição de maneira tão severa a ponto de transformar o descanso sabático num verdadeiro tormento. Era preciso manter-se muito atento para não dedicar-se, naquele dia, a atividades proibidas. A prática de Jesus foi na contramão da mentalidade em voga. Ele se mostrou perfeitamente livre diante do repouso sabático. Para Jesus, o sábado não se definia por um rosário de ‘não se pode fazer’ ou ‘é proibido fazer’. O tempo sagrado não eximia ninguém de fazer a vontade do Pai. Por isso, mesmo em dia de sábado, ele atuava normalmente, quando se tratava de fazer o bem, ou quando a vida humana corria perigo. O sábado, no horizonte de Jesus, estava em função do ser humano, para quem ele foi instituído. É tempo de repousar e recuperar as forças, tempo de celebrar e louvar a Deus com a comunidade, tempo de cessar o trabalho para conviver. Segundo este princípio, nada existe de inconveniente em providenciar o alimento em dia de sábado, mesmo contrariando as normas em vigor. Se, num dia de sábado, colhe-se espigas para comer e matar a fome, embora seja proibido fazer isso, não importa. Loucura seria morrer de fome, tendo o alimento à mão, só para cumprir o preceito. Jesus não pactuou com uma tal estreiteza de interpretação da Lei. - Senhor Jesus, livra-me de interpretar assim a Lei, e dá-me abertura de mente para, em tudo, adequar meu agir ao querer do Pai” (Pe. Jaldemir Vitório, sj – O Evangelho nosso de Cada Dia [Ano B] - Paulinas).

Pe. João Bosco Vieira Leite