(1Sm 16,1-13; Sl 88[89]; Mc 2,23-28) 2ª Semana do Tempo Comum.
“Então os fariseus disseram a Jesus: ‘Olha! Por que
eles fazem em dia de sábado o que não é permitido?’”
Mc 2,24.
“A
observância do sábado era um ponto fundamental na piedade judaica. A tradição
rabínica, porém, interpretou esta tradição de maneira tão severa a ponto de
transformar o descanso sabático num verdadeiro tormento. Era preciso manter-se
muito atento para não dedicar-se, naquele dia, a atividades proibidas. A
prática de Jesus foi na contramão da mentalidade em voga. Ele se mostrou
perfeitamente livre diante do repouso sabático. Para Jesus, o sábado não se
definia por um rosário de ‘não se pode fazer’ ou ‘é proibido fazer’. O tempo
sagrado não eximia ninguém de fazer a vontade do Pai. Por isso, mesmo em dia de
sábado, ele atuava normalmente, quando se tratava de fazer o bem, ou quando a
vida humana corria perigo. O sábado, no horizonte de Jesus, estava em função do
ser humano, para quem ele foi instituído. É tempo de repousar e recuperar as
forças, tempo de celebrar e louvar a Deus com a comunidade, tempo de cessar o
trabalho para conviver. Segundo este princípio, nada existe de inconveniente em
providenciar o alimento em dia de sábado, mesmo contrariando as normas em
vigor. Se, num dia de sábado, colhe-se espigas para comer e matar a fome,
embora seja proibido fazer isso, não importa. Loucura seria morrer de fome,
tendo o alimento à mão, só para cumprir o preceito. Jesus não pactuou com uma
tal estreiteza de interpretação da Lei. - Senhor Jesus, livra-me de interpretar
assim a Lei, e dá-me abertura de mente para, em tudo, adequar meu agir ao
querer do Pai” (Pe.
Jaldemir Vitório, sj – O Evangelho nosso de Cada Dia [Ano B] -
Paulinas).
Pe. João
Bosco Vieira Leite