Quinta, 01 de fevereiro de 2024

(1Rs 2,1-4.10-12; Sl 1Cr 29; Mc 6,7-13) 4ª Semana do Tempo Comum.

“Aproximando-se o fim da sua vida, Davi deu estas instruções a seu filho Salomão: ‘Vou seguir o caminho de todos os mortais. Sê corajoso e porta-te como um homem’” 1Rs 2,1-2.

“A narração da morte de Davi – embora muito resumida, como se fosse um dado de arquivo – é precedida pelas recomendações testamentárias ao filho Salomão, um gênero literário que ocorre frequentemente na Bíblia (cf. Js 23,14; e também Gn 49; Dt 33). O estilo e a forte acentuação da obediência à Lei, condição para que se cumpra a promessa de Deus, refletem a teologia da escola deuteronómica que fez a redação dos livros sagrados. [Compreender a Palavra:] Em ponto de morte, tal como Josué e outras personagens bíblicas (Jacó, José, Moisés, Samuel, etc.), Davi dita as suas últimas vontade ao filho Salomão: não se trata da entrega de uma herança material e nem sequer da antecipação profética do futuro, como acontece noutros lugares das Escrituras, mas da transmissão dos princípios fundamentais que guiaram a sua vida. A palavra de Davi é uma só: a obediência a Deus através da observância da Lei de Moisés é a condição para uma vida bem vivida e feliz (reflete-se aqui a preocupação central da teologia deuteronómica, que sintetiza nela a essência do seu ensinamento); a esta obediência está intimamente ligada a palavra de 2Sm 7 que promete a perpetuidade da dinastia. Trata-se do último legado testamentário de Davi àquele que alargará ao máximo o poder do reino de Israel; ao mesmo tempo, esta palavra oferece uma chave de leitura de toda a vida de Salomão” (Giuseppe Casarin – Lecionário Comentado [Tempo Comum – Vol. 1] – Paulus).

Pe.  João Bosco Vieira Leite