(1Rs 2,1-4.10-12; Sl 1Cr 29; Mc 6,7-13) 4ª Semana do Tempo Comum.
“Aproximando-se o fim da sua vida, Davi deu estas
instruções a seu filho Salomão: ‘Vou seguir o caminho de todos os mortais. Sê
corajoso e porta-te como um homem’” 1Rs 2,1-2.
“A narração
da morte de Davi – embora muito resumida, como se fosse um dado de arquivo – é
precedida pelas recomendações testamentárias ao filho Salomão, um gênero
literário que ocorre frequentemente na Bíblia (cf. Js 23,14; e também Gn 49; Dt
33). O estilo e a forte acentuação da obediência à Lei, condição para que se
cumpra a promessa de Deus, refletem a teologia da escola deuteronómica que fez
a redação dos livros sagrados. [Compreender a Palavra:] Em ponto de morte, tal
como Josué e outras personagens bíblicas (Jacó, José, Moisés, Samuel, etc.),
Davi dita as suas últimas vontade ao filho Salomão: não se trata da entrega de
uma herança material e nem sequer da antecipação profética do futuro, como
acontece noutros lugares das Escrituras, mas da transmissão dos princípios
fundamentais que guiaram a sua vida. A palavra de Davi é uma só: a obediência a
Deus através da observância da Lei de Moisés é a condição para uma vida bem
vivida e feliz (reflete-se aqui a preocupação central da teologia deuteronómica,
que sintetiza nela a essência do seu ensinamento); a esta obediência está
intimamente ligada a palavra de 2Sm 7 que promete a perpetuidade da dinastia.
Trata-se do último legado testamentário de Davi àquele que alargará ao máximo o
poder do reino de Israel; ao mesmo tempo, esta palavra oferece uma chave de
leitura de toda a vida de Salomão” (Giuseppe Casarin – Lecionário
Comentado [Tempo Comum – Vol. 1] – Paulus).
Pe. João Bosco Vieira Leite