(1Jo 2,22-28; Sl 97[98]; Jo 1,19-28) Tempo do Natal antes da Epifania.
“João declarou: ‘Eu sou a voz que grita no deserto: ‘Aplainai o caminho
do Senhor’
– conforme disse o profeta Isaías’” Jo 1,23.
“Profeta é o mesmo que arauto,
intérprete, porta-voz. Profeta é quem fala por outro, em nome de outro, nesse
caso é quem fala em nome de Deus; profetizar é, portanto, proclamar a mensagem
de salvação, o querigma de Jesus. Profeta foi João Batista, o profeta deve ser
você. João não se envaidece por sua missão. Nega ser o que na realidade não é;
mas, a seguir, começa a tornar conhecido o que é, falando de Jesus Cristo,
louvando-o entusiasticamente, julgando-se a si mesmo indigno até de desatar a
correia das sandálias de Jesus. Quando você exerce sua missão apostólica, e
Deus permite que nela você possa se alegrar com algum êxito, por nenhum outro
motivo será lícito envaidecer-se como se fosse seu mérito, ou como se de você
proviesse o bem que você faz. Dirija tudo a Deus, conforme São Paulo recomenda
aos efésios: ‘Porque é gratuitamente que fostes salvos mediante a fé. Isto não
provém de vossos méritos, mas é puro dom de Deus’ (Efésios 2,8). A vocação para
o apostolado é uma graça especial de Deus, que nós não merecemos. A conduta de
João é instrutiva. Em vez de defender-se, aproveita a ocasião para dar
testemunho de Jesus Cristo. João sente sua responsabilidade de precursor. Ele
não tem outra razão de ser, se não dar testemunho do Messias. Não lhe interessa
o conceito que os fariseus possam ter a respeito dele. A única atitude que lhe
importa é dar testemunho de Cristo. Quanto tempo, apóstolos, perdemos, muitas
vezes, defendendo nossa posição ou nossos modos de ver, ou querendo
defender-nos contra as apreciações injustas dos outros. O que interessa para
nós não é que as outras pessoas tenham um conceito elevado de nossa missão, ou
que reconheçam nossa autoridade; o que de fato nos interessa é dar testemunho
de Cristo: exercer o apostolado. Por fim, não pense que para falar de Jesus
seja preciso encontrar-se em condições especiais. Todas as ocasiões são boas
para falar de Jesus, se soubermos utilizá-las com prudência. Jesus nunca
estorva, nunca é demais, sua palavra sempre é positiva e geradora de generosas
resoluções” (Alfonso Milagro – O
Evangelho meditado para cada dia do ano – Ave-Maria).
Pe. João Bosco Vieira Leite