Sexta, 05 de janeiro de 2024

(1Jo 3,11-21; Sl 99[100]; Jo 1,43-51) Tempo do Natal antes da Epifania.

“Filipe encontrou-se com Natanael e lhe disse: ‘Encontramos aquele de quem Moisés escreveu na Lei,

e também os profetas: Jesus de Nazaré, o filho de José’” Jo 1,45.

“Agora vêm mais dois que são mencionados pelo nome: Filipe e Natanael. Natanael significa dom de Deus. Jesus o chama de ‘verdadeiro israelita no qual não há fingimento’ (1,47). É muito provável que a intenção dessa passagem seja agradar aos leitores judeus. O verdadeiro israelita é seguidor de Jesus. Os judeus, que ganham depois uma imagem tão ruim no evangelho de João, abandonaram – segundo João – a sua fé original. Jesus impressiona Natanael pelo conhecimento de seu caráter e de seu ser. O israelita sem fingimento vê seu íntimo revelado. Jesus menciona a figueira sob a qual o viu estudando a Torá e onde deve ter tido uma experiência espiritual profunda. Com essa observação, Jesus revela a Natanael que conhece perfeitamente o ser humano, que não precisa das informações de outros sobre sua pessoa. Jesus conhece cada um e vê a profundeza de seu coração. Esse conhecimento de Jesus fascina Natanael a tal ponto que exclama: ‘Rabi, tu és o Filho de Deus, tu és o rei de Israel’ (1,49). Com essa confissão, o conhecimento dos discípulos atinge seu auge. O verdadeiro israelita reconhece em Jesus o Filho de Deus. Natanael é um símbolo de todo cristão. Não podemos nos aproximar de Jesus, sem que ele veja o nosso íntimo, sem que nos vejamos confrontados com a nossa própria verdade. No contato com Jesus, afirma Bultmann, a própria existência fica transparente e manifesta para aquele que crê” (Anselm Grüm – Jesus: Porta para a Vida – Loyola).

Pe. João Bosco Vieira Leite