(2Sm 1,1-4.11-12.19.23-27; Sl 79[80]; Mc 3,2021) 2ª Semana do Tempo Comum.
“Tua glória, ó Israel, jaz ferida de morte sobre os
teus montes. Como tombaram os fortes!” 2Sm 1,19.
“Com
tonalidades diferentes das da narração da morte de Saul (cf. 1Sm 31), o autor
evoca o momento em que o mensageiro anuncia a Davi a derrota e a morte do rei e
do filho Jônatas. É provável que o arauto pensasse que ia levar ao futuro rei
uma boa notícia: Saul, inimigo jurado de tantos anos, morrera. Pelo contrário,
o anúncio é recebido com tristeza por Davi o qual, entoando uma esplêndida
elegia, chora quer pelo soberano quer por seu filho, o seu amigo íntimo
Jônatas. [Compreender a Palavra:] O autor sublinha a profunda dedicação que
unia Davi a Saul e a relação afetiva entre Davi e Jônatas. A notícia da morte
de ambos suscita no coração do futuro rei sentimentos de angústia, bem
evidenciados pelos habituais gestos de luto: rasgar as vestes, jejuar, entoar
um cântico fúnebre. Saul, que tinha sido um acérrimo inimigo de Davi, é
recordado e celebrado enquanto ungido do Senhor e digno de todo respeito. A
elegia de Davi é inteiramente denominada e marcada por um refrão: ‘Como
sucumbiram os heróis?’ (vv. 19.22.27). É a pergunta do homem perante a morte,
supremo enigma da vida. As estrofes da lamentação são uma verdadeira e própria
celebração dos méritos dos defuntos. O rei é representado como um homem rico
(note-se o aceno à púrpura e ao ouro) e generoso por excelência (dava joias às
filhas de Israel); Jônatas, ao invés, é celebrado por ser amigo de confiança e
muito querido, companheiro de muitas aventuras” (Giuseppe Casarin – Lecionário
Comentado [Tempo Comum – Vol. 1] – Paulus).
Pe.
João Bosco Vieira Leite