(1Sm 9,1-4.17-19; 10,1; Mc 2,134-17) 1ª Semana do Tempo Comum.
“E aconteceu que, estando à mesa na casa de Levi, muitos cobradores de
impostos e pecadores também estavam à mesa com Jesus e seus discípulos. Com
efeito, eram muitos os que o seguiam” Mc 2,15.
“O evangelista Marcos retrata em
pormenor o rosto de Jesus. Depois de ter narrado a cena da cura do paralítico,
durante a qual o Mestre manifesta ter uma autoridade sobre o pecado igual à de
Deus, Marcos descreve-O agora em plena comunhão com os pecadores, comendo com
eles. Jesus não é um fariseu, ou seja, um separado (é este o sentido
etimológico do termo ‘fariseu’); pelo contrário, demonstra encurtar as
distâncias com os últimos mediante a partilha, a proximidade, a misericórdia.
Na cena do Evangelho de hoje contemplamos mais profundamente o sentido próprio
da Encarnação de Deus em Jesus: Ele é a misericórdia feita carne; é a proximidade
de cada homem; é a condescendência para com cada criatura. É belo de recordar
um esplêndido texto das ‘Odes de Salomão’: Ó Senhor deu-Se-me a conhecer na Sua
simplicidade, na Sua benevolência tornou pequena a Sua grandeza. Tornou-se
semelhante a mim para que eu O acolha, fez-Se semelhante a mim para que eu O
revista. Não me espantei ao vê-l’O, porque Ele é a misericórdia! Ele tomou a
minha natureza para que O possa compreender, a minha figura para que não me
afaste d’Ele’. A experiência humana do pecado e da fragilidade encontra a
revelação misericordiosa de Jesus que oferece salvação” (Giuseppe Casarin – Lecionário Comentado [Tempo
Comum – Vol. 1] – Paulus).
Pe. João Bosco Vieira Leite