(At 6,8-10; 7,54-59; Sl 30[31]; Mt 10,17-22) Santo Estevão - Oitava de Natal.
“Quando vos entregarem, não fiqueis preocupados em como falar ou com o
que dizer.
Então, naquele momento, vos será indicado o que deveis fazer” Mt 10,19.
“Em Mateus, Jesus escolhe dentre
os discípulos doze apóstolos e os envia em missão, com recomendações como
deviam proceder. A missão seria restrita ‘às ovelhas perdidas da casa de
Israel’. Deviam fazer o que Jesus fazia: curar os enfermos, expulsar os demônios
e proclamar a proximidade do Reino dos Céus. Na segunda parte (Mt 10,17-33) o
discurso missionário se dirige aos missionários do futuro, quando deviam pregar
o Evangelho a todos os povos. Jesus foi rejeitado em Nazaré, sua terra natal;
sua mensagem não foi acolhida em Cafarnaum, Corozaim e Betsaida. Foi
perseguido, condenado à morte pelo Sinédrio e executado pelos romanos. A sorte
dos missionários não seria melhor do que o Mestre Jesus. A oitava
bem-aventurança já incluía a perseguição futura dos discípulos: ‘Felizes sereis
quando vos insultarem e perseguirem e, por minha causa, disserem todo tipo da
calúnia contra vós’. De fato, os apóstolos foram presos, interrogados pelo
tribunal judaico, açoitados e ameaçados de morte. Mesmo assim, ‘cheios do Espírito
Santo’, continuaram corajosamente a testemunhar sua fé em Cristo e anunciar o
Evangelho (At 4,1-22; 5,27.40). proibidos de falar do nome de Jesus, Pedro e os
apóstolos responderam: ‘É preciso obedecer antes a Deus do que aos homens’. E
continuaram a anunciar Jesus. Impulsionados pela força do Espírito prometido
por Jesus aos discípulos, tornaram-se suas testemunhas na ‘Judeia e Samaria,
até os confins da terra’. O testemunho, ‘martyria’ em grego, não se resumia no
falar da mensagem e da pessoa de Jesus. Exigia não poucas vezes a própria vida,
como aconteceu com o primeiro mártir, Estevão, e os apóstolos Tiago, Pedro e
Paulo. – Senhor Jesus, ao anunciar o Reino de Deus, sofreste
perseguição, ameaças de morte e o martírio da cruz. Muitos cristãos nos dias de
hoje sofrem ameaças de morte, como tuas testemunhas. Fortalece teus servos para
que continuem dando o testemunho de sua fé. Amém” (Ludovico Garmus – Meditações para o
dia a dia [2015] Vozes).
Pe. João Bosco Vieira
Leite