Terça, 12 de dezembro de 2023

(Gl 4,4-7; Sl 95[96]; Lc 1,39-47) Bem-aventurada Virgem Maria de Guadalupe.

“Quando se completou o tempo previsto, Deus enviou o seu Filho, nascido de uma mulher,

nascido sujeito à Lei” Gl 4,4.

“Paulo escreve uma carta às comunidades da Galácia, compostas, sobretudo, por convertidos do paganismo. Está preocupado com cristãos de origem judeu-cristã que obrigavam os gentios-cristãos a observar a Lei de Moisés, para serem salvos, contrariando o Evangelho pregado por Paulo. O apóstolo explica-lhes que, pela fé em Cristo, os batizados se tornaram filhos de Deus. Por isso, não são mais escravos de crenças pagãs nem precisam da tutela da Lei, como se fossem menores de idade. Ao contrário, foram adotados por Deus como filhos e são herdeiros de pleno direito, livres de crenças pagãs e da tutela da Lei. Tudo isso aconteceu quando chegou a ‘plenitude dos tempos’, preparada por Deus. Esta plenitude dos tempos é marcada por dois atos divinos: Deus enviou o seu Filho; Deus enviou o Espírito de seu Filho. A humanidade do Filho de Deus, isto é, a encarnação, é determinada pelo nascimento de uma mulher. Para que a plenitude dos tempos irrompesse, foi necessária, portanto, a colaboração de uma mulher, o sim de Maria de Nazaré. O Messias esperado, o Filho de Deus, nasce de mãe humana. Assume, assim, a precariedade e insuficiência radical da condição humana, incluindo a sujeição aos ‘elementos deste mundo’ e a própria Lei (Gl 4,3-4). Mas Paulo explica que isso aconteceu para libertar os que estavam sujeitos à Lei e torná-los filhos de Deus. Não basta, porém, apenas ter a dignidade de filho adotivo e herdeiro de Deus. É preciso viver como tal. Para que isso fosse possível para nossa natureza pecadora, ‘Deus enviou a nossos corações o Espírito de seu Filho que clama: ‘Abba, Pai!’” (4,6). – Ó Deus, escolhestes Maria de Nazaré, como mãe humana de teu Filho Jesus, para que em tudo Ele fosse semelhante a nós, menos no pecado. Concede-nos a graça de sermos movidos pelo Espírito de teu Filho e clamar a ti, dizendo: ‘Abba, Pai!’. Amém (Ludovico Garmus – Meditações para o dia a dia [2015] Vozes).

Pe. João Bosco Vieira Leite