(Jr 23,5-8; Sl 71[72]; Mt 1,18-24) 3ª Semana do Advento.
“José, seu marido, era justo e, não querendo denunciá-la, resolveu
abandonar Maria em segredo” Mt
1,19.
“Para entender corretamente este
evangelho é necessário saber que a celebração do matrimônio entre os judeus
constava de dois atos: os esponsais ou promessa solene de casamento, que
supunham um compromisso tão real que ao prometido se chamava já de ‘marido’ e
não podia ficar livre senão pelo repúdio; e as bodas propriamente ditas, que
eram a cerimônia completar ao contrato matrimonial. A justiça de José consiste,
sem dúvida, em não desejar encobrir com seu nome uma criança cuja filiação
ignora; mas também porque, convencido da virtude de Maria, nega-se a entregar
ao rigoroso procedimento da lei esse mistério que não compreende. São José
desconhecia o mistério da Encarnação. Sua perturbação é explicável, então,
diante do fato que tem à frente dos seus olhos, por uma parte, e por estar
convencido da santidade de Maria, por outra, encontra-se diante de um mistério
que não consegue compreender e, por isso, pensa em deixar Maria. Como na vida
de São José, às vezes também se nos apresentam situações difíceis e obscuras.
Dentro dos planos de Deus encontram-se com frequência as provações e as
tribulações que servem para purificar-nos e aproximar-nos mais de Deus. Daí que
devemos receber as provações e tribulações como vindas das mãos de Deus e, em
consequência, como meios para nossa própria santificação. Deus nunca nos
enviaria a dor e a provação se não pudessem redundarem nosso benefício
espiritual” (Alfonso Milagro – O
Evangelho meditado para cada dia do ano – Ave-Maria).
Pe. João Bosco Vieira Leite