Segunda, 18 de dezembro de 2023

(Jr 23,5-8; Sl 71[72]; Mt 1,18-24) 3ª Semana do Advento.

“José, seu marido, era justo e, não querendo denunciá-la, resolveu abandonar Maria em segredo” Mt 1,19.

“Para entender corretamente este evangelho é necessário saber que a celebração do matrimônio entre os judeus constava de dois atos: os esponsais ou promessa solene de casamento, que supunham um compromisso tão real que ao prometido se chamava já de ‘marido’ e não podia ficar livre senão pelo repúdio; e as bodas propriamente ditas, que eram a cerimônia completar ao contrato matrimonial. A justiça de José consiste, sem dúvida, em não desejar encobrir com seu nome uma criança cuja filiação ignora; mas também porque, convencido da virtude de Maria, nega-se a entregar ao rigoroso procedimento da lei esse mistério que não compreende. São José desconhecia o mistério da Encarnação. Sua perturbação é explicável, então, diante do fato que tem à frente dos seus olhos, por uma parte, e por estar convencido da santidade de Maria, por outra, encontra-se diante de um mistério que não consegue compreender e, por isso, pensa em deixar Maria. Como na vida de São José, às vezes também se nos apresentam situações difíceis e obscuras. Dentro dos planos de Deus encontram-se com frequência as provações e as tribulações que servem para purificar-nos e aproximar-nos mais de Deus. Daí que devemos receber as provações e tribulações como vindas das mãos de Deus e, em consequência, como meios para nossa própria santificação. Deus nunca nos enviaria a dor e a provação se não pudessem redundarem nosso benefício espiritual” (Alfonso Milagro – O Evangelho meditado para cada dia do ano – Ave-Maria).

Pe. João Bosco Vieira Leite