(1Jo 1,1-4; Sl 96[97]; Jo 20,2-8) São João Evangelista - Oitava de Natal
“Maria Madalena saiu correndo e foi encontrar Simão Pedro e o outro
discípulo, aquele que Jesus amava...” Jo 20a.
“A acolhida de Jesus e sua
mensagem deram à comunidade de discípulos aos quais foi confiada a tarefa de
levar adiante a missão do Mestre: estender, a toda humanidade, os benefícios da
salvação. A convivência com Jesus como também o testemunho de seu modo de ser e
de agir predispunham os corações dos discípulos para o aprofundamento da adesão
a ele, explicitada no ato de fé. A profundidade do relacionamento com Jesus
variava de discípulo para discípulo. Esta é a dinâmica própria da realidade
humana. A figura do ‘discípulo amado’ evocava um tipo de relacionamento
profundamente afetivo com o Senhor. Relacionamento de confiança, de entrega da
própria vida nas mãos do Mestre, de comunhão de sentimentos, de transparência
mútua. Não se tratava, porém, de uma escolha arbitrária de Jesus,
privilegiando, indiscriminadamente, certas pessoas e marginalizando outras.
Antes, foi este discípulo que se deixou amar por Jesus e soube corresponder ao
amor que lhe fora oferecido. Todos os discípulos poderiam ter feito o mesmo. Ser
discípulo amado, de certa forma, dependo do próprio discípulo, uma vez que o
Mestre quer fazer morada no mais íntimo de cada um dos seus seguidores.
Deixar-se amar por Jesus comportava deixar-se plasmar e transformar por ele.
Por isso, muitos se recusaram! – Senhor Jesus, quero viver a
experiência de ser amado por ti, a ponto de minha existência ser plasmada e
transformada por tua presença em mim” (Pe. Jaldemir Vitório, sj – O Evangelho nosso de Cada Dia [Ano
B] - Paulinas).
Pe. João Bosco Vieira Leite