(Is 48,17-19; Sl 1; Mt 11,16-19) 2ª Semana do Advento.
“Veio João, que não come nem bebe, e dizem: ‘Ele está com um demônio’.
Veio o Filho do Homem, que come e bebe, e dizem: ‘É um comilão e beberrão,
amigo de cobradores de impostos e de pecadores’”. Mt 11,18-19a.
“O advento de Jesus não foi
bem-vindo por todos. Houve quem rejeitasse de maneira sistemática, numa postura
de total fechamento. O Mestre denunciou o espírito de contradição e a má
vontade que se escondia atrás desta atitude. João Batista também havia sido
rejeitado pelas mesmas pessoas, mas por motivos contrários àqueles aplicados a
Jesus. O Batista foi criticado por não comer nem beber; Jesus, por sua vez, por
comer e beber com toda liberdade. João foi chamado de possesso e Jesus, de
comedor e beberrão. A vida de penitência de João era vista com bons olhos; o
mesmo se passava com a solidariedade de Jesus em relação aos marginalizados e
pecadores de sua época. Qualquer que fosse a proposta, esse tipo de gente tinha
motivos para refutá-la. A denúncia dessa mentalidade deve ter soados aos
ouvidos dos discípulos, especialmente dos sistematicamente críticos, como um
alerta. O Reino deve ser acolhido com benevolência. Ao invés de buscar
argumentos para justificar sua acomodação, o discípulo pergunta-se o que pode
fazer para viver a proposta do Reino, de maneira mais radical, assumir o
testemunho de Jesus como modelo de fidelidade ao Pai e ao Reino, e, na vida de
Jesus, encontrar inspiração. O discípulo sabe qual é a maneira mais conveniente
de comportar-se diante do Mestre. – Senhor Jesus, que eu saiba acolher,
com benevolência, o Reino anunciado por ti, sem medo de, cada dia mais,
conformar minha vida ao teu projeto” (Pe. Jaldemir Vitório, sj – O Evangelho
nosso de Cada Dia [Ano B] - Paulinas).
Pe. João Bosco Vieira Leite