(1Jo 2,12-17; Sl 95[96]; Lc 2,36-40) Oitava de Natal.
“Ana chegou nesse momento e pôs-se a louvar a Deus e a falar do menino a
todos os que esperavam a libertação de Jerusalém” Lc 2,38.
“Não apenas os pastores e Maria
são exemplos de acolhimento dado ao Filho de Deus, Jesus Cristo. Lucas, o
narrador, adota ainda um outro tema importante, popular entre os gregos como
entre os judeus: o tema do idoso que ainda passa por uma experiência muito
importante. E Lucas gosta de narrar encontros para os quais o próprio Deus
tomou a iniciativa. Nesses encontros as pessoas experienciam algum mistério de
Deus. Para Lucas, o grego, trata-se sempre de encontros com homens e mulheres.
Tanto eles como elas compreendem o que acontece e discernem a atuação de Deus.
Mas não é apenas a polaridade entre o homem e a mulher que se concretiza nessa
história. É também o contraste entre a Lei e o Evangelho, e entre a alegria e o
sofrimento, a animação e a dor que Jesus há de causar à sua mãe. Não é um mundo
ileso que espera Maria. Na alegria por seu filho, o ungido de Deus, mistura-se
a dor pelo destino que ele terá de sofrer. Aqui Lucas sugere também o caráter
contraditório da nossa própria vida. Nós também experienciamos a Deus como
aquele que alegra o nosso coração, mas também como o incompreensível, como
aquele que prova os nossos protestos, e que exige de nós uma penosa mudança” (Anselm Grüm – Jesus, modelo do ser
humano – Loyola).
Pe. João Bosco Vieira Leite