(Eclo 48,1-4.9-11; Sl 78[80]; Mt 17, 10-13) 2ª Semana do Advento.
“Ora, eu vos digo, Elias já veio, mas eles não o reconheceram. Ao
contrário, fizeram com ele tudo o que quiseram. Assim também o Filho do Homem
será maltratado por eles” Mt
17,12.
“Não deveria ser difícil aos
contemporâneos de Jesus reconhecerem em João Batista o Elias redivivo. Como
primeiro dos profetas, João, filho de Zacarias, levava uma vida austera, andava
como Elias ‘vestido de pelos de camelo e um cinto de couro na cintura’ (Mt 3,4;
2Rs 1,8) e, sobretudo, utilizava a mesma linguagem: palavras de fogo. ‘Eu
batizo-vos com água para a conversão. Mas aquele que vem depois de mim [...]
batizar-vos-á com o Espírito Santo e com fogo’ (Mt 3,11). ‘Ele terá
na mão uma pá; vai limpar a sua eira e recolher o trigo no seu celeiro; mas a
palha Ele vai queimá-la no fogo que não se apaga’ (Lc 3,17). Ameaças de
castigos terríveis para os malvados? Ameaças só na aparência: na realidade são
uma alegre notícia, são a promessa de que está para despontar um mundo
completamente renovado. O fogo anunciado por João Batista não era um castigo,
mas uma bênção; era o próprio Messias, Palavra de Deus, que se fez um de nós;
era o seu Evangelho, o Espírito Santo que, enviado pelo Ressuscitado, haveria progressivamente
de purificar o mundo de todos os males. Se é esta a mensagem dos profetas que
incendiaram o mundo com a chama da sua palavra, nós apenas temos de desejar um
dilúvio deste fogo divino, para que rapidamente o mundo antigo dos ódios e das
discórdias seja destruído e surjam ‘novos céus e uma nova terra, nos quais
habitará a justiça’ (2Pd 3,13)” (Giuseppe Casarin – Lecionário Comentado [Advento
- Natal] – Paulus).
Pe. João Bosco Vieira Leite