Sábado, 16 de dezembro de 2023

(Eclo 48,1-4.9-11; Sl 78[80]; Mt 17, 10-13) 2ª Semana do Advento.

“Ora, eu vos digo, Elias já veio, mas eles não o reconheceram. Ao contrário, fizeram com ele tudo o que quiseram. Assim também o Filho do Homem será maltratado por eles” Mt 17,12.

“Não deveria ser difícil aos contemporâneos de Jesus reconhecerem em João Batista o Elias redivivo. Como primeiro dos profetas, João, filho de Zacarias, levava uma vida austera, andava como Elias ‘vestido de pelos de camelo e um cinto de couro na cintura’ (Mt 3,4; 2Rs 1,8) e, sobretudo, utilizava a mesma linguagem: palavras de fogo. ‘Eu batizo-vos com água para a conversão. Mas aquele que vem depois de mim [...] batizar-vos-á   com o Espírito Santo e com fogo’ (Mt 3,11). ‘Ele terá na mão uma pá; vai limpar a sua eira e recolher o trigo no seu celeiro; mas a palha Ele vai queimá-la no fogo que não se apaga’ (Lc 3,17). Ameaças de castigos terríveis para os malvados? Ameaças só na aparência: na realidade são uma alegre notícia, são a promessa de que está para despontar um mundo completamente renovado. O fogo anunciado por João Batista não era um castigo, mas uma bênção; era o próprio Messias, Palavra de Deus, que se fez um de nós; era o seu Evangelho, o Espírito Santo que, enviado pelo Ressuscitado, haveria progressivamente de purificar o mundo de todos os males. Se é esta a mensagem dos profetas que incendiaram o mundo com a chama da sua palavra, nós apenas temos de desejar um dilúvio deste fogo divino, para que rapidamente o mundo antigo dos ódios e das discórdias seja destruído e surjam ‘novos céus e uma nova terra, nos quais habitará a justiça’ (2Pd 3,13)” (Giuseppe Casarin – Lecionário Comentado [Advento - Natal] – Paulus).

Pe. João Bosco Vieira Leite