(Dn 7,15-27; Sl Dn 3; Lc 21,34-36) 34ª Semana do Tempo Comum.
“... e, então, que seja dado o reino, o poder e a grandeza dos reinos
que existem sob o céu ao povo dos santos do Altíssimo, cujo reino é um reino
eterno e a quem todos os reis servirão e prestarão obediência” Dn 7,27.
“Depois das visões noturnas (cf.
Dn 7,1-14), Daniel sente-se desfalecer pela perturbação e pergunta a um dos
seus vizinhos o significado do que vira. O intérprete explica as visões, dando
particular relevo ao quarto animal e aos dez chifres. O último chifre ‘que
surgiu’ e que ‘lutou contra os santos e os levou de vencida’ (v.21) representa
Antíoco IV, o rei selêucida que subira ao trono em 175 a.C.: através do epíteto
‘Epifânio’, introduzido na cunhagem das moedas do reino, indicava a sua
pretensão de ser o deus manifesto, o representante de Zeus sobre a terra. [Compreender a Palavra]: A figura do rei
selêucida Antíoco IV Epifânio como o ‘último chifre’ (v. 20a) do grande
Monstro, isto é, do reino grego dos Macedônios, está indicada a sua
‘arrogância’ que o Primeiro Livro dos Macabeus indica como sua prerrogativa,
por ocasião da narração do saque do Templo de Jerusalém (cf. 1Mc 1,21). Também
a guerra que Antíoco IV declara aos ‘santos’ (v. 21) tem um paralelo nas
narrações dos Livros dos Macabeus (cf. 1Mc 1,10-63; 2Mc 5,24—6,11) e no livro
de Flávio Josefo (Antiguidades Judaicas, XIII, 5,4). Nestes textos, Antíoco IV
é indicado como o perseguidor político e religiosos dos ‘santos’, isto é,
daqueles hebreus que queriam manter a fidelidade a JHWH. Mas o intérprete
anuncia o Juízo divino e o fim do tempo de perseguição (‘por um tempo, dois
tempos e a metade de um tempo’, v. 25), quando o reino for destruído e o poder
entregue ao ‘povo dos santos do Altíssimo’ (v. 27). Os hebreus, que
permaneceram fiéis nas perseguições, compartilharão o Reino eterno do Deus
altíssimo, que terá o domínio sobre todos os impérios da terra” (Giuseppe
Casarin – Lecionário Comentado [Tempo Comum – Vol. 2] –
Paulus).
Pe. João Bosco Vieira Leite