Quarta, 20 de dezembro de 2023

(Is 7,10-14; Sl 23[24]; Lc 1,26-38) 3ª Semana do Advento.

“Pois bem, o próprio Senhor vos dará um sinal. Eis que uma virgem conceberá e dará à luz um filho

e lhe porá o nome de Emanuel” Is 7,14.

“O rei Acaz é um jovem que deve enfrentar uma coligação de inimigos que o querem destronar. É um descendente de Davi, ao qual Natã, em nome de Deus, prometera um reino eterno (2Sm 7,12-16). Não deveria por isso temer, mas a sua fé em Deus era fraca, e prefere confiar em cálculos humanos e opções políticas arriscadas para a sobrevivência do seu reino, e sobretudo, para fé e pureza religiosa do seu povo. Tendo conhecido a sua decisão, Isaías intervém. As palavras que o profeta dirige a Acaz estão referidas na leitura. [Compreender a Palavra:] Isaías sabia muito bem que é difícil convencer a mudar de ideias quem decidiu tomar opções sem ter em conta o pensamento do Senhor. Todavia, para evitar consequências catastróficas ao seu povo, decidiu fazer uma nova tentativa e foi ter com Acaz, ao qual Deus tinha pedido que pedisse um sinal. O rei não estava disposto a voltar atrás, e por isso não estava interessado em pedir nada a Deus. Quer o aceitasse ou não, através do profeta de Deus deu-lhe na mesma um sinal: ‘A jovem concebeu e dará à luz um filho, e chamá-lo-á Emanuel’. Alguém pensou que Isaías estava a predizer, com sete séculos de antecedência, a concepção virginal de Maria, mas um sinal assim não teria nenhum sentido para Acaz. A ‘virgem’, de que fala Isaías, é provavelmente a esposa do rei. Esta jovem – assegura o profeta – terá um filho, cujo nome será ‘Emanuel’, que significa ‘Deus conosco’. O anúncio realizou-se: o filho de Acaz foi concebido, nasceu e tornou-se sinal da presença de Deus no meio do seu povo; foi a prova da fidelidade do Senhor às suas promessas. Foi chamado Ezequias, e também a ele se pôde com justiça aplicar o título de ‘Emanuel’, isto é, ‘Deus conosco’. Foi um bom rei, mas não o soberano excepcional que porventura o próprio Isaías esperava. Por isso, em Israel começou-se a esperar um outro rei, um filho de Davi que cumprisse plenamente a profecia, que fosse realmente o ‘Deus conosco’ (Mt 1,22-23)” (Giuseppe Casarin – Lecionário Comentado [Advento - Natal] – Paulus).

Pe. João Bosco Vieira Leite