Quinta, 02 de fevereiro de 2023

(Ml 3,1-4 ou Hb 2,14-18; Sl 23[24]; Lc 2,22-40) 

Apresentação do Senhor.

“Simeão os abençoou e disse a Maria, a mãe de Jesus: ‘Este menino vai ser causa tanto de queda como de reerguimento para muitos em Israel. Ele será um sinal de contradição. Assim serão revelados os pensamentos de muitos corações. Quanto a ti, uma espada te transpassará a alma” Lc 34-35.

“Mãe é mãe – não adianta queremos alterar a definição. Não importa se o filho é bonito ou feio, são ou doente, bom ou mau, Deus ou demônio, o que importa para a mãe é que filho é filho – e essa definição ela jamais alterará. Mãe e filho – esse quadro que Lucas nos apresenta – e a mãe segurando seu filho a ouvir as palavras dum velho sábio, Simeão, o qual a vida inteira havia esperado pelo Cristo. A mãe, no caso, era Maria, que, por sua vez, sabia muito bem quem era aquele menino que o próprio Deus lhe dera. Mas uma coisa é saber com a mente; outra, com o coração. E ela sabia muito melhor com o coração que com a mente, pois sabia como mãe. Que aquela criancinha indefesa e carente como todas as outras fosse o Filho de Deus, disso não duvidava. Na sua mente, aliás, estavam ainda bastante frescas as palavras do anjo. Mas que aquele menino, sim, o Filho de Deus, estivesse destinado a ser sinal de contradição – não, disso ela não queria saber. Mãe não quer saber de coisa ruim para seu filho. Mãe só quer saber de coisa boa. Mãe é mãe, e filho é filho – o que mais podemos dizer? Simeão, porém, não falava apenas como profeta. Falava, pois, do que Deus lhe havia revelado. O próprio Deus sabia muito bem que muitos e muitos simplesmente não aceitariam o bem oferecido sofrendo assim as consequências de sua malfadada escolha. Mas o pior ainda viria: uma espada transpassaria a alma da pobre mãe. Maria, talvez, não atinasse no que tais palavras de concreto pudessem significar. Algo de bom, no entanto, evidentemente não era. O que, porém, se afigurava como dor para a mãe, para nós veio a ser alegria e salvação, pois de outra coisa o velho Simeão não falava senão da cruz redentora de Cristo Jesus. – Amado Pai, a exemplo de Maria vemos pelo mundo afora milhões de mães sofrendo com o destino de seus filhos. Dá-lhes o mesmo consolo que deste a Maria revertendo seu sofrimento para a mais pura alegria da salvação. Amém (Martinho Lutero e Iracy Dourado Hoffmann – Graças a Deus [1995] – Vozes).

Pe. João Bosco Vieira Leite