(Gn 4,1-15.25; Sl 49[50]; Mc 8,11-13)
6ª Semana do Tempo Comum.
“E o Senhor lhe
disse: ‘Não! Mas aquele que matar Caim será punido sete vezes!’
O Senhor pôs, então,
um sinal em Caim, para que ninguém, ao encontra-lo, o matasse” Mc 8,15.
“Perante esta história
‘não verdadeira’, mas que ‘diz a verdade’ acerca da complexidade e tragicidade
das relações entre irmãos, mesmo no interior da própria família, podemos ficar
perplexos por aquilo que o texto não conta nem específica (por que é que Deus
escolhe Abel e a sua oferenda? Donde vem o mal?). Porventura é uma maneira para
fazer compreender que também nas relações entre irmãos de sangue, nem tudo é
assim tão claro como poderíamos pensar. O mais importante é tomarmos
consciência de que o mal existe, está presente na vida de todos e está sempre
pronto a assaltar-nos (‘o pecado está à tua porta; o seu instinto dirige-se
para ti’). Além disso, Deus confia a cada um a responsabilidade de ser guarda
do irmão (‘tu poderás dominar o mal’). Saber que Deus perdoa o que não tem
perdão (o homicídio/fratricídio) induz à esperança de que o amor ao irmão,
diferente por cultura e experiência religiosa, pode encontrar espaço nas
relações humanas” (Giuseppe Casarin l– Lecionário Comentado [Tempo
Comum – Vol. 1] –
Paulus).
Pe. João Bosco Vieira Leite