(Hb 11,1-7; Sl 144[145]; Mc 9,2-13)
6ª Semana do Tempo Comum.
“Jesus tomou consigo
Pedro, Tiago e João e os levou sozinhos a um lugar à parte sobre uma alta
montanha.
E transfigurou-se” Mc 9,2.
“O prenúncio da
paixão, feito por Jesus, deixou confuso o coração dos discípulos. Não
conseguiam ligar a perspectiva de sofrimento e morte ao ideal de Messias
exaltado que aguardavam. Sem dúvida, uma ponta de suspeita deve ter tomado
conta deles: ‘será que Jesus é mesmo o Messias esperado?’ A transfiguração
mostra a outra face da moeda: o aspecto glorioso de Jesus. Portanto,
apresenta-se aos discípulos o desafio de combinar na pessoa do Mestre as duas
dimensões. Sua existência era feita de sofrimento e glória, paixão e exaltação.
Não dava para fixar-se num só aspecto. A glória de Jesus manifestava-se por
meio de diversos elementos da cena da transfiguração: a luminosidade
resplandecente, as vestes incomparavelmente brancas, a nuvem que envolveu a
todos, a presença de Moisés e Elias. Sobretudo, a voz celeste não deixava
dúvidas sobre a identidade de Jesus: ele era o Filho amado de Deus, seu maior
título de glória. Apesar de ser filho glorioso de Deus Pai, Jesus não estaria
isento de passar pela provação da cruz. A dificuldade de fazer os discípulos
entenderem esta realidade em nada alterou o projeto do Mestre. Só depois da
Ressurreição é que conseguiriam compreender o fato de brilhar a glória na vida
de um Crucificado por fidelidade a Deus. – Pai, faze-me contemplar o
brilho de tua glória em cada discípulo de teu Filho que se entrega ao serviço
do Reino, com total generosidade, mesmo devendo enfrentar a morte” (Pe. Jaldemir
Vitório, sj – O Evangelho nosso de Cada Dia [Ano A] -
Paulinas).
Pe. João Bosco Vieira Leite