(Is 58,1-9; Sl 50[51]; Mt 9,14-15) Depois das Cinzas.
“Disse-lhes Jesus:
‘Por acaso, os amigos do noivo podem estar de luto enquanto o noivo está com
eles?
Dias virão em que o
noivo será tirado do meio deles. Então, sim, eles jejuarão’” Mt 9,15.
“Os discípulos de
João, atrelados aos dos fariseus, ficavam incomodados com o comportamento dos
discípulos de Jesus, no tocante à prática do jejum. Ao supervalorizar este ato
de piedade, imaginavam estar dando mostras de santidade e de seriedade de vida.
Não acontecendo o mesmo com o grupo de Jesus, concluíam faltar-lhes
profundidade. Quiçá os considerassem levianos e desregrados. Estas
considerações não chegaram a influenciar a pedagogia de Jesus, no trato com os
discípulos. Servindo-se da metáfora da festa de casamento, estabeleceu uma
clara distinção entre o tempo de alegrar-se e o tempo de jejuar. O primeiro
correspondia ao tempo de sua presença, qual um noivo, junto dos que escolhera
para estar consigo. Seria o tempo de festejar, comemorar, desfrutar de uma
presença tão querida. O segundo diz respeito ao tempo da sua ausência, a ser
consumada por meio da morte de cruz. Figurativamente, seria o tempo da ausência
do noivo, no qual todos se preparam para sua chegada, e se privam de alimentos,
em vista do banquete que será oferecido. Portanto, os discípulos não jejuavam
simplesmente pelo fato de terem ainda junto de si. O tempo em que o esposo lhes
seria tirado estava se aproximando. Aí, sim, o jejum seria uma exigência, em
vista de preparar-se para acolher a segunda vinda do Senhor. – Pai,
desejo preparar-me bem para celebrar a Páscoa, tempo de reencontro com o
Ressuscitado. Que o jejum me predisponha, do melhor modo possível, para este
momento” (Pe. Jaldemir Vitório, sj – O Evangelho nosso de Cada Dia [Ano
A] - Paulinas).
Pe. João Bosco Vieira Leite