Terça, 27 de setembro de 2022

(Jó 3,1-3.11-17.20-23; Sl 87[88]; 9,51-56) 

26ª Semana do Tempo Comum.

“Mas os samaritanos não o receberam, pois Jesus dava a impressão de que ia a Jerusalém” Lc 9,53.

“Má acolhida em um povoado samaritano; para entende-la é preciso recordar que os samaritanos eram inimigos dos judeus a ponto de não manterem comunicação entre si e mostravam-se especialmente hostis dos judeus já há muito tempo, sobretudo por suas diferenças religiosas e seu templo cismático no monte Garizim; era frequente impedirem a passagem dos judeus por seu território, principalmente para irem cumprir as festas de preceito em Jerusalém. Jesus, ao atravessar a Samaria, indo de passagem para Jerusalém, encontra nessa caminhada a má vontade dos samaritanos, que lhe negaram hospitalidade. Temos aqui Jesus rejeitado pelos samaritanos e incompreendido pelos seus, e em ambas as atitudes pode cair você em sua vida: atitude de rejeição e atitude de incompreensão. Por mais que a rejeição de Deus seja algo sumamente grave e de consequências fatais para nossa alma, não devemos descartar essa possibilidade, talvez inconsciente, mas possibilidade: podemos rejeitar Deus, podemos opor-nos a seu plano de salvação, podemos impedir a obra da graça em nós ou nos outros. Existe uma rejeição aberta e consciente, carregada de responsabilidade, quando, conhecendo qual a vontade de Deus, não queremos aceita-la, nem segui-la, seja por comodidade, seja por fugir ao sacrifício, seja pelo egoísmo, sempre e em última análise, por falta de amor: de amor verdadeiro, intenso e de entrega. E existe uma rejeição oculta, ou subconsciente, mas real e obstinada, quando nos esforçamos por seguir em tudo nossos gostos e inclinações, nossos critérios e modos de ver e de julgar coisas, acontecimentos e pessoas, em lugar de orientar-nos sempre e em tudo pelos critérios do evangelho, pelas normas de conduta que o Senhor nos dá, pelas inspirações da graça, ou os impulsos do Espírito Santo” (Alfonso Milagro – O Evangelho meditado para cada dia do ano – Ave-Maria).

  Pe. João Bosco Vieira Leite