Quinta, 15 de setembro de 2022

(Hb 5,7-9; Sl 30[31]; Jo 19,25-27) 

Nossa Senhora das Dores.

“Perto da cruz de Jesus, estavam de pé a sua mãe, a irmã da sua mãe, Maria de Cléofas, e Maria Madalena” Jo 19,25.

“Eis a novidade e a beleza da nossa fé cristã: cremos num divino que assumiu a fragilidade de nossa vida e experimentou as dores e as alegrias da nossa existência; cremos num divino que, por fidelidade e amor ao Pai e ao ser humano, esteve conosco até o fim, amou-nos até as últimas consequências (Jo 13,1). Para nós cristãos, a encarnação de Jesus é um mistério de fé e de amor. Como diz a Escritura: Deus amou o mundo de tal maneira que enviou-nos o seu Filho para nossa salvação (cf. Jo 3,16s). Ou ainda: Deus demonstrou seu amor para conosco porque Cristo morreu por nós quando ainda éramos pecadores (Rm 5,8). Sim, caro leitor, o Natal e a Paixão do Senhor fazem parte do mesmo Mistério de amor e jamais podem ser compreendidos separadamente. Da manjedoura à cruz, a vida de Jesus foi de total encarnação. Ele tocou na carne de muitos enfermos, abençoou as crianças, fez-se próximo das mulheres, perdoou os pecadores e fez refeição com eles; enfim, tocou nas pessoas e deixou que outros também o tocassem. No alto da cruz, agonizante, Ele ainda demonstrou preocupação com os que estiveram ao seu lado. Como um bom filho judeu, preocupou-se com sua imá – a sua mamãe – e preocupou-se também com os seus amigos, os seus discípulos, e por isso pediu-lhes que cuidassem um do outro, que se protegessem mutuamente (Jo 19,25-27). Hoje, portanto, ao contemplarmos a encarnação e a paixão do Senhor, devemos ter bem claro esse modo de ser de Jesus. O verdadeiro amor encarna-se, não fica só em palavras; o verdadeiro amor concretiza-se, torna-se realidade: toca, ampara, cura, liberta, suja-se, fere-se, aniquila-se, e nisso encontra sua alegria e sua paz. – Ajuda-nos, Senhor, para que nosso amor seja concreto, verdadeiro. Ensina-nos, com a força do teu amor, a tocar as realidades feridas deste mundo e a socorrer os pobres e enfermos do nosso tempo. Amém (Marcos Daniel de Moraes Ramalho – Meditações para o dia a dia [2017] – Vozes).

Pe. João Bosco Vieira Leite