Sábado, 10 de setembro de 2022

(1Cor 10,14-22; Sl 115[116]; Lc 6,43-49) 

23ª Semana do Tempo Comum.

“Toda árvore é reconhecida pelos seus frutos. Não se colhem figos em espinheiros nem uvas de plantas espinhosas” Lc 6,44.

“A árvore é reconhecida pelo fruto, afirma Jesus. A advertência é clara: não bastam as boas intenções, não basta dizer ‘Senhor! Senhor!’; a nossa prática é que revelará os valores que predominam no mais íntimo de nós, o verdadeiro amor que temos por Ele (Lc 6,43-49). Jesus não fala da árvore e do fruto por acaso. Na verdade, Ele fazia um alerta aos doutores e aos fariseus – não em tom de desafio, querendo comprar briga, mas como simples advertência; queria apenas que eles abrissem os olhos; queria que eles fossem capazes de ir além da letra da Lei: ‘Eu pergunto a vocês: a Lei permite no sábado fazer o bem ou fazer o mal...?’ (Lc 6,9); ‘Se vocês fazem o bem somente aos que lhe fazem o bem, que gratuidade é essa?’ (Lc 6,33). Jesus não tinha problemas com as limitações e contradições humanas; ao contrário, ele sempre se mostrou compreensivo com os pecadores. E foi justamente essa sua compreensão e generosidade que despertou em tantos homens e mulheres o firme desejo de uma nova vida, de uma mudança de valores e de atitudes. O Mestre, porém, sempre mostrou enorme preocupação quando estava diante de pessoas que se julgavam perfeitas e exaltavam suas próprias qualidades. Isso, sim, inquietava-o, irritava-o: ‘Hipócritas! Tire primeiro a trave do seu próprio olho...’ (Lc 6,42b). Em resumo: Jesus não está condenando a nossa fragilidade humana, as nossas limitações. Deixa-nos, porém, um alerta: pede que gastemos mais energia cuidando de nossa própria conversão, e deixemos de lado essa obsessão em querer julgar e condenar os irmãos; pede, ainda, que sejamos misericordiosos e menos juízes (Lc 6,35-36). – Ajuda-me, Senhor. Que eu procure mais compreender, do que ser compreendido; amar, do que ser amado; pois é dando que se recebemos; é perdoando que somos perdoados; e é fazendo morrer em nós o egoísmo, que encontraremos a vida eterna. Amém (Marcos Daniel de Moraes Ramalho – Meditações para o dia a dia [2017] – Vozes).    

 Pe. João Bosco Vieira Leite