Segunda, 19 de setembro de 2022

(Pr 3,27-34; Sl 14[15]; Lc 8,16-18) 

25ª Semana do Tempo Comum.

“Com efeito, tudo que está escondido deverá tornar-se manifesto; e tudo o que está em segredo deverá tornar-se conhecido e claramente manifesto” Lc 8,16-18.

“Nosso Deus não é o Deus das exterioridades; nosso Deus não se satisfaz somente com ritos, cerimônias, observâncias e mandamentos; tudo isso será necessário fazer e exercitar, mas somente terá sentido e significação quando corresponder a uma realidade interior. A Bíblia adverte-nos que Deus olha o coração: ‘O que o homem vê não é o que importa: o homem vê a face, mas o Senhor olha o coração’ (1Samuel 16,7). A purificação do interior é obra do Espírito Santo; quando se abre o coração ao Espírito, quando o Espírito se apossa de um coração, começam a cair todas as escamas que o mundo, o demônio e a carne tinham deixado nesse coração e assim, purificado, frutifica nele a ação do Espírito, que é obra de santificação, de elevação, de deificação. Em última análise, como diz o evangelho, ‘não há coisa oculta que não acabe por se manifestar’ (v. 17). Do coração possuído pelo Espírito de Deus surgem os sentimentos retos, as boas obras, a ação apostólica. A coisa oculta também se manifestará quando o oculto for vergonhoso e inconfessável diante dos outros; as estreitezas do espírito, os sentimentos egoístas, os motivos secretos, as verdadeiras intenções que nos incitaram a atuar. A semente esconde-se na terra, na escuridão do sulco; ninguém a vê, ninguém sabe que está ali; sua presença não se dá a conhecer; é essa a primeira etapa da vida: de obscuridade e desconhecimento; etapa necessária, etapa vital; porém, etapa transitória. Não pode ser isso o definitivo e o fim. Superada essa etapa, a semente deverá sair à luz do sol, desenvolvendo-se, crescendo, mostrando à luz sua vitalidade. O fato é que a sua vida espiritual deve também passar pela etapa do aprofundamento de suas raízes em você. A vida espiritual é essencialmente uma vida de interioridade, de intimidade, de profundidade; será ter Deus, possuir Deus, viver Deus, entregar-se a Deus; porém, em seguida, essa vida interior terá de sair para o exterior, deverá manifestar-se aos outros, de maneira que possa contagiar todos os que o rodeiam” (Alfonso Milagro – O Evangelho meditado para cada dia do ano – Ave-Maria).

 Pe. João Bosco Vieira Leite