(Ecl 3,1-11; Sl 143[144]; Lc 9,18-22)
25ª Semana do Tempo Comum.
“E acrescentou: ‘O
Filho do Homem deve sofrer muito, ser rejeitado pelos anciãos, pelos sumos
sacerdotes e doutores da Lei, deve ser morto e ressuscitar no terceiro
dia” Lc 9,22.
“Sem dúvida nenhuma,
nisto como em outras coisas, os planos de Deus e os métodos empregados por sua
Providência não coincidem com os dos homens: ‘Pois meus pensamentos não são os
vossos, e vosso modo de agir não é o meu, diz o Senhor’ (Isaías 55,8). Para
nós, se Jesus Cristo é o eleito de Deus, deveria ter aparecido assim diante dos
homens, a fim de chegar a uma vitória sobre o mundo, vitória pública e
manifesta, definitiva, arrasadora e gloriosa. Para Deus, seu eleito deveria
humilhar-se, passar despercebido e, quando começasse a se tornar conhecido,
deveria sofrer toda espécie de contradições e perseguições, até terminar
abrindo seus braços na cruz e morrendo aparentemente vencido e definitivamente
apagado do mundo na escuridão do sepulcro. O próprio Jesus adverte o apóstolo
São Pedro, quando lhe diz que ‘é necessário que o Filho do Homem padeça muitas
coisas, seja rejeitado pelos anciãos, pelos príncipes dos sacerdotes e pelos
escribas. É necessário que seja levado à morte’; porém, termina dizendo ‘que
ressuscitará ao terceiro dia’ (v. 22). Jesus é o ungido de Deus, destinado a
morrer por todos os homens; mas é também o Cristo destinado a ressuscitar não
somente a ele mesmo, mas a ressuscitar por todos os homens. Por que não pensa
que agora você está no lugar de Cristo e que, por isso mesmo, você também é
destinado por Deus a morrer primeiro e depois ressuscitar? Você está destinado
a sofrer; não estranhe, pois, que sofra, não tenha sua atenção atraída pelo
fato de tropeçar em sua vida com o sofrimento sob alguma de suas numerosas
arestas. Mas você também deve perceber que esse seu sofrimento destina-se a
remir você e seus irmãos, os outros homens; finalmente você descobriu o sentido
e a razão de seu sofrimento em sua vida” (Alfonso Milagro – O
Evangelho meditado para cada dia do ano – Ave-Maria).
Pe. João Bosco Vieira Leite