(At 18,9-18; Sl 46[47]; Jo 16,20-23)
6ª Semana da Páscoa.
“A mulher, quando
deve dar à luz, fica angustiada porque chegou a sua hora; mas, depois que a
criança nasceu,
ela já não se lembra
dos sofrimentos, por causa da alegria de um homem ter vindo ao mundo” Jo 16,21.
“Jesus é um
observador atento da vida. Sabe das dores de parto de uma mulher, suas aflições
face a tantas incertezas. Sabe também de suas alegrias quando nasce o filho.
Podemos usar este fato como uma metáfora para expressar o sentido das lutas
humanas. Cada iniciativa preciosa tem seu tempo de gestação. Ela é concebida,
acalentada no imaginário e depois, quem sabe superando os obstáculos e
oposições, é posta em prática. A alegria de sua concretização é como um parto
real. No fundo, cada qual deve se gerar a si mesmo. Não nascemos prontos. A
vida nos é tarefa a ser cumprida cada dia. Por isso somos seres práticos, quer
dizer, somos o que nossa prática fizer de nós. É no seguimento de Jesus e sob a
inspiração do Espírito na história que vamos construindo nossa identidade e o
que queremos ser. O próprio cosmos pode ser representado como um imenso parto.
Depois de bilhões de anos de gestação, crescimento e amadurecimento todos os
seres acabarão de nascer para dentro de Deus. A alegria nossa e de Deus será
infinita. – Senhor, que nunca deixemos de crescer em Tua direção. Que
possamos crescer juntos como irmãos e irmãs, unidos ao universo que será um dia
o corpo de Tua glória. Amém” (Leonardo Boff – Graças a
Deus [1995] – Vozes).
Pe. João Bosco Vieira Leite