(At 12,24—13,5; Sl 66[67]; Jo 12,44-50)
4ª Semana do Tempo Pascal.
“Eu vim ao mundo como
luz, para que todo aquele que crê em mim não permaneça nas trevas” Jo 12,46.
“Luz é vida. Pode
parecer um bordão repetido, sem muito sentido, mas é a verdade mais
incontestável. Luz é vida – igualmente na vida espiritual. A metáfora é mais do
que apropriada, pois a da treva também o é – no sentido contrário. Quem já
esteve num quarto absolutamente escuro no qual não se distingue um único
objeto, onde nem se sabe em que direção está a cama, a porta, etc., sabe muito
bem o que eu desejo falar. Treva é ignorância, incerteza, morte. Ninguém pode
viver na escuridão por um tempo considerável. Por isso, o medo dos astrônomos
que vasculham os céus com suas sondas e telescópios à procura de algum meteoro
ou cometa que venha a chocar-se contra a terra levantando poeira capaz de
enegrecer a abóbada celeste por anos a fio. E o que provocaria essa escuridão?
Os raios solares não atingiriam a mais a terra, não haveria mais fotossíntese
nem evaporação e, por isso mesmo, não haveria mais chuva para regar a terra.
Consequentemente, a água que não tivesse escorrido para os mares iria virar
gelo e a humanidade morreria de sede e fome. Mesmo que um ou outro ser humano
sobrevivesse uns quatro ou cinco anos, o destino da raça humana estaria selado.
Mas a luz é vida. Ela afasta a ignorância, revela caminhos. Jesus, porém, tinha
outra intenção ao falar da luz. Imaginemos uma pessoa andando nas trevas que de
repente é inundada por um feixe de luz. Sua vida se altera. Ela agora pode ver.
Ela se sente transformada, pois era essa a intenção de Jesus. Ele veio como
esse feixe de luz para transformar as pessoas de cegas em videntes, de perdidas
em salvas. Veio para dar a elas a oportunidade de transformação. – Senhor
Jesus, vieste como um clarão que a tudo ilumina abrindo as portas da
transformação. Abre os olhos do mundo para o evento que Tu foste para todos nós
a fim de que não continuemos nas trevas. Amém” (Martinho
Lutero Hoffmann – Meditações para o dia a dia [2017] – Vozes).