(At 9,1-20; Sl 116[117]; Jo 6,52-59)
3ª Semana da Páscoa.
“Porque a minha carne
é verdadeira comida e o meu sangue é verdadeira bebida.
Quem come a minha
carne e bebe o meu sangue permanece em mim e eu nele” Jo 6,55-56.
“Por mais que os
adversários considerem simplismo, ou mesmo prepotência, somente a fé cristã –
mais especificamente a Bíblia Sagrada – pode anunciar ao mundo uma verdade.
Tudo que o ser humano já pensou e construiu nunca chegou a uma verdade que
pudesse sobreviver ao corrosivo efeito do tempo. Só a Bíblia resiste, com uma
mensagem que não é natural ao ser humano, por isso mesmo ainda não ‘encontrada
como verdade para sua razão’, mas que é justamente a imutável verdade que
‘passarão os céus e a terra, mas a minha Palavra não passará’. Para o mundo, a
Bíblia pode ser uma verdade, mas para os cristãos é a Verdade. E mais do que
qualquer outro apóstolo, João podia escrever isto, pois passado 60 anos desde o
anúncio desta verdade por Jesus, ele ainda continuava a crer, confessar e
anunciar esta mesma e imutável Verdade. Por isso, Jesus não se cansa de usar
esta palavra, são mais de cem vezes nos evangelhos, para que não paire nenhuma
dúvida sobre os cristãos que creem. E é justamente por isso que os cristãos
creem numa verdade, que é a Verdade. E comer a carne e beber o sangue de Cristo
se encerra neste contexto, é uma verdade que dá vida. Porém, Cristo tem a
percepção bem clara de que isto não encerra uma imposição, e é por isso que Ele
condiciona: ‘Quem come... A verdade de Deus pode não ser, e não é mesmo, uma
verdade demonstrável, por isso se trata de uma verdade que deve ser aceita e
crida, para que haja verdadeira identidade entre Cristo e os seus. Quem crê,
permanece em Cristo e Cristo naquele que crê. E permanecer em Cristo significa
permanecer na verdade imutável para a vida eterna. – Senhor, Tu
permaneces entre nós com a tua verdade. Que nós permaneçamos em ti pela adesão
a esta verdade. Amem” (Augusto Jacob Grün – Meditações para
o dia a dia [2015] Vozes).
Pe. João Bosco Vieira Leite