(Dn 2,31-45; Sl Dn 3; Lc 21,5-11)
34ª Semana do Tempo Comum.
“Vós admirais estas
coisas? Dias virão que não ficará pedra sobre pedra. Tudo será destruído” Lc 21,6.
“A importância do
templo de Jerusalém não impressionava Jesus. As belas pedras e os ex-votos que
o adornavam, não passavam de exterioridade. Seu fim se aproximava. A pregação
de Jesus contra o templo situava-se na tradição dos antigos profetas de Israel,
que o desmitificaram, anunciando-lhes a destruição. O templo podia vir a baixo,
pois havia perdido sua finalidade, passando a acobertar as injustiças cometidas
contra o povo. O Deus de Israel fora substituído pelos ídolos. Não tinha
sentido acobertar com a capa da fé uma idolatrai desenfreada, com sérias
consequências para vida do povo pobre. A situação não era muito diferente no
tempo de Jesus. O templo e o sacerdócio estavam sob o domínio de uma
aristocracia pouco preocupada com os pobres do país. O templo não era mais a
casa do Deus verdadeiro, e sim, de falsos deuses que não questionavam a
injustiça cometida contra os indefesos, nem a marginalização em que se
encontrava grande parte da população. Eram os deuses dos privilegiados e
beneficiados pelo sistema. Portanto, não era o Deus do Reino anunciado por
Jesus. A destruição do templo eliminaria a falsa segurança religiosa de muita
gente. E evitaria que se servissem do nome de Deus para acobertar maldades
cometidas em nome da fé. É blasfêmia fazer o Deus verdadeiro compactuar com a
injustiça. – Senhor Jesus, destrói todas as falsas seguranças
religiosas às quais, porventura, eu esteja apegado, e faze-me acolher as
exigências do Deus verdadeiro” (Pe. Jaldemir Vitório, sj – O
Evangelho nosso de Cada Dia [Ano B] - Paulinas).
Pe. João Bosco Vieira Leite