Segunda, 15 de novembro de 2021

(1Mc 1,10-15.41-43.54-57.62-64; Sl 118[119]; Lc 18,35-43) 

33ª Semana do Tempo Comum.

“’O que queres que eu faça por ti?’ O cego respondeu: ‘Senhor, eu quero enxergar de novo’” Lc 18,41.

“Jesus, na sinagoga de Nazaré, ao fazer a leitura do Profeta Isaias identificou-se com o Messias, ungido pelo Espírito do Senhor, para ‘anunciar aos cegos a recuperação da vista’. Todo o seu ministério consistiu em ajudar a humanidade a superar a cegueira de que era vítima. O homem cego, sentado à beira do caminho de Jericó, padecia de cegueira física, não, porém, de cegueira espiritual. Seu interesse em saber quem estava passando era mais que simples curiosidade. Deu mostras de intuir estar passando exatamente a pessoa com quem queria se encontrar: Jesus de Nazaré. Por isso, quando lhe deram a notícia desejada, pôs-se a gritar, sem se importar com quem o intimidava a se calar, pois não podia deixar escapar a chance há tanto tempo esperada. Sua súplica, manifestada com franca simplicidade perante Cristo: ‘Senhor, quero ver de novo!’ dá-nos toda uma lição de fé, que pode ser a de todo discípulo. Sim, o discípulo exige a libertação de toda cegueira. Cegueira do egoísmo, que impede de reconhecer o semelhante como quem merece afeição. Cegueira da idolatria, que leva o ser humano a trocar Deus pela criatura e deixar-se tiranizar por ela. Cegueira do pecado, com suas mais diversas manifestações, cujo resultado é desumanização da pessoa, reduzindo-a à mais terrível escravidão. O desejo do cego – ver – recebeu dupla resposta. Por um lado, o homem viu-se curado da deficiência física, tendo recuperado a visão. Por outro, abriram-se-lhe também os olhos da fé. Daí a constatação de Jesus: ‘A tua fé te salvou!’ E como manifestação disto, o ex-cego tronou-se seguidor de Jesus, louvando a Deus pelas maravilhas operadas em seu favor. Levou, igualmente, a multidão e dar glória a Deus. – Senhor, curai minha cegueira para que eu possa discernir, com clareza, os caminhos do Reino, e andar por eles, com determinação e segurança (Sônia de Fátima Marani Lunardelli – Meditações para o dia a dia [2017] – Vozes).

  Pe. João Bosco Vieira Leite