(1Mc 4,36-37.52-59; Sl 1Cr 29; Lc 45-48)
33ª Semana do Tempo Comum.
“Jesus entrou no
templo e começou a expulsar os vendedores” Lc 19,45.
“Jesus não se
conteve, quando se deparou com o estado em que se encontrava o templo de
Jerusalém. Na mentalidade da época, o templo era o lugar escolhido por Deus
para habitar no meio do seu povo. Era o preço do encontro do Pai com seus
filhos. Portanto, lugar da comunhão fraterna, da justiça, do respeito aos pobres
e aos fracos, que são os preferidos de Deus. Este ideal grandioso, porém,
chocava-se com a realidade. O templo tornara-se um amplo mercado onde fazia
câmbio de dinheiro para facilitar a vida dos peregrinos estrangeiros e se
comerciava os diversos tipos de animais usados para o sacrifício. Toda essa
intensa atividade visava a ganância do lucro, dificilmente obtido por motivo de
pura caridade. Assim, a injustiça e a exploração eram praticadas na própria
casa de Deus. Os pobres e ingênuos peregrinos eram espoliados, sob os olhos do
Pai. A boa-fé do povo transformava-se em joguete nas mãos de pessoas
inescrupulosas. E tudo isso com a benévola anuência da classe sacerdotal, que
tirava partido da situação. A realidade do templo estava em aberta contradição com
o ideal do Reino de Deus pregado por Jesus. Daí o furor que se apossou de seu
coração e o gesto profético de expulsar os profanadores da casa de Deus, que
devia ser espaço do amor. – Senhor Jesus, não permitas que eu permaneça
insensível, vendo a casa de Deus – o coração humano – ser profanado pela
injustiça” (Pe. Jaldemir Vitório, sj – O Evangelho nosso de Cada Dia [Ano
B] - Paulinas).
Pe. João Bosco Vieira Leite