(Rm 16,3-9.16.22-27; Sl 144[145]; Lc 16,9-15)
31ª Semana do Tempo Comum.
“Os quais expuseram a
sua própria vida para salvar a minha. Por isso, eu lhes sou agradecido;
não somente eu, mas
também todas as igrejas do mundo pagão” Rm 16,4.
“No capítulo 16 da
carta aos Romanos, Paulo destaca uma das principais características da fé
cristã: a fraternidade. No final de sua carta deixa uma série de saudações, e
aí se percebe não só a força do coração que ama, mas o próprio segredo da
comunhão cristã. Faz parte desta comunhão o afeto fraterno que, quando existe,
une as pessoas, e que, ao manifestar-se, consolida a comunidade, torna-a
autêntica e a purifica de todo egoísmo. ‘Saudai-vos uns aos outros no ósculo santo’,
diz Paulo. ‘Saúdam-vos todas as Igrejas de Cristo’. Estende-se uma onda de
fraternidade, de modo que o remate da carta não é saudação convencional, mas a
revelação do Espírito de fraternidade que orienta todos os sentimentos da
mensagem. Em nossos dias as pessoas vão se habituando ao princípio do ‘salve-se
quem puder’. Só tem valor o que é pago e o que dá lucro. A fraternidade corre o
risco de tornar-se uma exceção, uma esquisitice do amor, uma raridade. Muitos a
apreciam, talvez até a desejem, mas não ousam torna-la sua. Desse modo, a
boa-nova não encontra eco nas pessoas. Mas as palavras do Senhor são claras:
‘Amai-vos uns aos outros’. A união do coração e da alma, que caracterizava as
primitivas comunidades cristãs, projeta nas relações humanas o que já o Antigo
Testamento exigia nas relações com Deus: ‘Amarás o Senhor com todo o coração,
com toda a alma e com todas as forças’ (Dt 6,5). E não conseguimos amar a Deus
sem amar o próximo. Mas há um sinal consolador por toda parte: os cristãos
estão redescobrindo a comunidade. – Dai-nos, Senhor Jesus, a união de
coração e alma para que testemunhemos vossa presença em nossas comunidades.
Amém” (Ralfy Mendes de Oliveira – Graças a Deus [1995]
–
Vozes).
Pe. João Bosco Vieira Leite