(Is 2,1-5; Sl 121[122]; Mt 8,5-11)
1ª Semana do Advento.
“O oficial disse:
‘Senhor, eu não sou digno de que entres em minha casa.
Dize uma só palavra e
o meu empregado ficará curado’” Mt 8,8.
“A exclamação do
oficial romano – ‘Senhor, eu não sou digno de que entres em mina casa’ –
expressa a condição de todo cristãos, diante da iminente vinda do Senhor: somos
todos indignos. A dignidade constrói-se pelo engajamento na luta por construir
um mundo de amor e de justiça, compatível com o projeto de Deus, proclamado por
Jesus. Resulta de um esforço gigantesco de neutralizar as consequências do
egoísmo no coração humano, de forma que este recupere o primado da misericórdia
e do perdão. Expressa-se num modo de proceder modelado no proceder de Jesus. A
preparação para receber o Senhor acontece em meio às tensões da vida e às
múltiplas solicitações provindas do mau espírito. Sob o impacto dessas
pressões, o discípulo precisa estar pronto, quando o Senhor chegar. Daí a
necessidade de um contínuo discernimento, para saber por onde ir e como
caminhar, sem se desviar da meta. Caso contrário, correrá o risco de trilhar o
caminho errado. Contudo, a consciência da própria indignidade não pode
descambar para um estado de autodesvalorização, cujo efeito seria bloquear toda
a iniciativa para superar as próprias limitações. Preparando-nos para acolher o
Senhor, o pecador deve saber-se amado e valorizado por Deus, que o predispõe
para abrir-se à ação da graça. – Espírito que predispõe para acolher o
Senhor, que eu tome consciência de ser pecador, mas amado por Deus, o qual, com
sua graça, me torna digno de acolher o Messias que vem” (Pe. Jaldemir
Vitório, sj – O Evangelho nosso de Cada Dia [Ano C] -
Paulinas).
Pe. João Bosco Vieira Leite