(Gn 13,2.5-18; Sl 14[15]; Mt 7,6.12-14)
12ª Semana do Tempo Comum.
“Não deis aos cães as
coisas santas nem atireis vossas pérolas aos porcos, para que eles não as pisem
com os pés e, voltando-se contra vós, vos despedacem” Mt 7,6.
“A ordem de Jesus de
não dar o que é santo aos cães nem jogar as pérolas aos porcos é enigmática.
Uma explicação plausível seria considera-la como precaução para os apóstolos
enviados em missão, no sentido de não insistirem em querer evangelizar quem se
mostra fechado à proposta do Reino. A evangelização supõe abertura por parte
dos ouvintes. Pessoas aferradas a seus esquemas mentais e despreparadas para
compreender a mensagem do Reino podem ser deixados de lado. Querer
evangeliza-las à força é tão insensato quanto jogar pérolas aos porcos. Pode
acontecer uma reação violenta contra os evangelizadores, a ponto de colocar
suas vidas em risco. Convém deixa-las de lado! Outra leitura possível seria
considerar o dito de Jesus como exortação para evitar expor a celebração
eucarística aos olhares indiscretos de quem poderia interpreta-la de maneira
errônea. Abrir as portas para pessoas incapazes de compreender o mistério
equivaleria a jogar aos cães as coisas santas. A santidade da Eucaristia exigia
mantê-la, suficientemente, escondida para evitar considerações maldosas dos
inimigos do Reino, com o risco de perseguição para a comunidade. Portanto,
exigia-se do discípulo do Reino muito discernimento para reconhecer o tipo de
pessoas a quem o Reino era anunciado. – Senhor Jesus, como anunciador
do Reino, dá-me suficiente discernimento para reconhecer os corações fechados
para colher-te” (Jaldemir Vitório – Dia a dia nos passos de
Jesus [Ano B] – Paulinas).
Pe. João Bosco Vieira Leite