(Ex 24,3-8; Sl 115[116]; Hb 9,11-15; Mc 14,12-16.22-26)
Corpo e Sangue de Cristo.
“No primeiro dia dos
Ázimos, quando se imolava o cordeiro pascal, os discípulos disseram a Jesus:
‘Onde queres que façamos
os preparativos para comeres a Páscoa?’” Mc 14,12.
“A Eucaristia,
instituída por Jesus durante a celebração da Páscoa com seus discípulos, foi
colocada como um marco na vida da comunidade, de forma a não deixar cair no
esquecimento os eventos de sua vida, morte e ressurreição. A Páscoa cristã,
mediante a Eucaristia, seria perenizada na contínua memória da vida de Jesus.
Esta memória iria convocar os discípulos para a imitação do Mestre, visando
conformar a vida atual da comunidade cristã com a de Jesus. O contexto pascal
da ceia revestiu de simbolismo pascal os elementos da Eucaristia. O pão
transformado em corpo de Cristo estaria, doravante, destinado a ser alimento da
caminhada do novo povo de Deus, na sua longa marcha pelos desertos do mundo. O vinho
transformado em sangue de Cristo sacramentalizaria a predileção e a proteção
divinas de que era objeto a comunidade cristã, como acontecer com o antigo
Israel. Os discípulos, reunidos em torno de Jesus, seriam a semente da
humanidade nova, redimida pelo sangue do novo cordeiro. Eles estavam sendo
convocados a ser, na história, um sinal de que Deus ama a humanidade e não
cessa de manifestar, com gestos, este seu amor. O antigo líder, Moisés, estava
sendo definitivamente substituído pelo Filho Jesus, na condução do verdadeiro
Israel. A Eucaristia torna, pois, a vida da comunidade cristã um êxodo contínuo
rumo à casa do Pai. - Senhor Jesus, possa a Eucaristia recordar-me
sempre que pertenço ao povo redimido por ti e a caminho da casa do Pai” (Pe. Jaldemir Vitório,
sj – O Evangelho nosso de Cada Dia [Ano B] - Paulinas).
Pe. João Bosco Vieira Leite