(2Cor 11,18.21-30; Sl 33[34]; Mt 6,19-23)
11ª Semana do Tempo Comum.
“Não junteis tesouros
aqui na terra, onde a traça e a ferrugem destorem e os ladrões assaltam e
roubam”
Mt 6,19.
“Os discípulos do
Reino são ensinados a se relacionar, de maneira livre, com os bens deste mundo.
É sempre grande o risco de se apegarem às riquezas materiais, a ponto de se
esquecerem de que só Deus é Absoluto. Jesus distinguiu entre os tesouros da
terra e os tesouros do céu. Porém, é preciso entender bem o que ele quis
ensinar. Uma forma equivocada seria pensar em dois mundos, sendo que o mundo
aqui em baixo não vale nada; tendo valor só o outro mundo, o céu. E, como
consequência, desvalorizar a vida na terra e ansiar pelo céu, onde está a vida
verdadeira. O horizonte cultural do tempo de Jesus não dava margem para este
modo de pensar dualista, vendo a realidade cindida em duas partes. Para Jesus,
o tesouro da terra são os bens passíveis de enferrujar e ser destruídos ou,
então, roubados e assaltados. O tesouro do céu corresponde aos gestos de
bondade e de misericórdia em relação ao próximo. Quando mais o discípulo do
Reino faz o bem, tanto mais ajunta o tesouro do céu. Numa sociedade capitalista
e consumista, o ensinamento do Mestre torna-se uma exigência. Os discípulos
correm o risco de cair na tentação de acumular e desfrutar, tornando-se
insensíveis aos irmãos sofredores, carentes de misericórdia. A tentação do consumo
pode fechar-lhes o coração. – Senhor Jesus, livra-me da tentação de
acumular e desfrutar, consciente de que devo juntar os tesouros do céu, com o
bem feito a meu próximo” (Jaldemir Vitório – Dia a
dia nos passos de Jesus [Ano B] – Paulinas).