Segunda, 28 de junho de 2021

(Gn 18,16-33; Sl 102[103]; Mt 8,18-22) 

13ª Semana do Tempo Comum.

“Mas Jesus lhe respondeu: ‘Segue-me e deixa que os mortos sepultem seus mortos’” Mt 8,18.

“O discipulado cristão é exigente. A exigência principal consiste nas rupturas necessárias para a adesão sincera ao Reino de Deus. O escriba parecia bem-intencionado e disposto a estar com o Mestre onde quer que fosse. Este, porém, alertou-o quanto às implicações desse gesto de disponibilidade. O seguimento supunha fazer a experiência de insegurança material, a ponto de não ter onde repousar a cabeça. Se buscava conforto e bem-estar, a prudência aconselhava não dar o passo, para evitar frustrações. Se tivesse disposição para enfrentar a vida de pobreza, então, sim, poderia vir. O discípulo, por sua vez, pede ao Mestre permissão para enterrar o pai, antes de segui-lo. A resposta de Jesus parecia ríspida: ‘Segue-me, e deixa aos mortos enterrarem seus mortos’. Por que não lhe permitir fazer um gesto de piedade filial, em conformidade com o preceito religioso de ‘honrar pai e mãe’? Com certeza, o Mestre percebeu no discípulo sinais de apego exagerado à família, a ponto de perder a liberdade para dar o passo decisivo do seguimento. Daí ter exigido dele um gesto de ruptura, como forma de educa-lo para o discipulado. Para cada discípulo do Reino existem exigências concretas de ruptura. Sem desapego de coração, o seguimento do Mestre fica inviabilizado. – Senhor Jesus, dá-me um coração livre de desapegos, para que eu esteja sempre pronto a seguir-te aonde fores (Jaldemir Vitório – Dia a dia nos passos de Jesus [Ano B] – Paulinas).

 Pe. João Bosco Vieira Leite