(Is 49,1-6; Sl 138[139]; At 13,22-26; Lc 1,57-66.80)
São João Batista.
“Completou-se o tempo
da gravidez de Isabel, e ela deu à luz um filho” Lc 1,57.
“A promessa de
descendência é sinal de sobrevivência para o povo, mas também da graça de Deus,
que concede à família o milagre de gerar uma vida. Para uma mulher, chegar à
idade avançada sem filhos era uma vergonha, motivo de tristeza e desonra. Mas é
justamente da fragilidade que brota a força de Deus, e os relatos bíblicos de
concepção na velhice querem ressaltar a ação de Deus, através do ser humano,
mas de uma forma a deixar bem claro que, diante dele, nós somos pequenos,
frágeis, incapazes quando sozinhos, que ele é nossa força, nossas
possibilidades e inspiração. Isabel, na velhice, dá à luz ao precursor, àquele
que veio para anunciar os caminhos do Messias prometido. Isabel traz à luz da
existência todo um projeto de Deus, que assume nossa fragilidade – a
fragilidade da idosa que não pode conceber, da criança que não pode se
defender, do profeta que não sabe falar em público – para transforma-la e
manifestar a verdadeira força que brota quando confiamos em Deus. Isabel dá à
luz a voz que grita no deserto, que anuncia incessantemente aquele que batizará
com fogo e com o Espírito. Ela gera anúncio e vida. O gerar, o dar à luz é
expressão do poder de Deus – Senhor da vida – e como tal é sagrado. Também
nossas atitudes e escolhas diárias precisam ser capazes de gerar vida e sentido
para aqueles que estão à nossa volta. Cada vez que testemunhamos nossa fé, é o
próprio Deus quem se faz presente, concretamente, entre nós. O testemunho é
sempre na caridade, no amor fraterno, no perdão e no serviço. – Deus,
que atendeste o clamor de tua serva Isabel, e nela também fizeste maravilhas,
Tu és a fonte e o Senhor da vida. Hoje tantas mulheres ainda sonham com o dom
da maternidade, e tantas não conseguem reconhecer tua graça agindo na geração
da vida. Auxilia-nos a garantir a dignidade da pessoa humana em qualquer
situação, a fim de que não deixemos ninguém desamparado, em todas as
realidades. Amém! ” (Clauzemir Makximovitz –
Meditações para o dia a dia [2017] – Vozes).
Pe. João Bosco Vieira Leite