Quinta, 24 de junho de 2021

(Is 49,1-6; Sl 138[139]; At 13,22-26; Lc 1,57-66.80) 

São João Batista.

“Completou-se o tempo da gravidez de Isabel, e ela deu à luz um filho” Lc 1,57.

“A promessa de descendência é sinal de sobrevivência para o povo, mas também da graça de Deus, que concede à família o milagre de gerar uma vida. Para uma mulher, chegar à idade avançada sem filhos era uma vergonha, motivo de tristeza e desonra. Mas é justamente da fragilidade que brota a força de Deus, e os relatos bíblicos de concepção na velhice querem ressaltar a ação de Deus, através do ser humano, mas de uma forma a deixar bem claro que, diante dele, nós somos pequenos, frágeis, incapazes quando sozinhos, que ele é nossa força, nossas possibilidades e inspiração. Isabel, na velhice, dá à luz ao precursor, àquele que veio para anunciar os caminhos do Messias prometido. Isabel traz à luz da existência todo um projeto de Deus, que assume nossa fragilidade – a fragilidade da idosa que não pode conceber, da criança que não pode se defender, do profeta que não sabe falar em público – para transforma-la e manifestar a verdadeira força que brota quando confiamos em Deus. Isabel dá à luz a voz que grita no deserto, que anuncia incessantemente aquele que batizará com fogo e com o Espírito. Ela gera anúncio e vida. O gerar, o dar à luz é expressão do poder de Deus – Senhor da vida – e como tal é sagrado. Também nossas atitudes e escolhas diárias precisam ser capazes de gerar vida e sentido para aqueles que estão à nossa volta. Cada vez que testemunhamos nossa fé, é o próprio Deus quem se faz presente, concretamente, entre nós. O testemunho é sempre na caridade, no amor fraterno, no perdão e no serviço. – Deus, que atendeste o clamor de tua serva Isabel, e nela também fizeste maravilhas, Tu és a fonte e o Senhor da vida. Hoje tantas mulheres ainda sonham com o dom da maternidade, e tantas não conseguem reconhecer tua graça agindo na geração da vida. Auxilia-nos a garantir a dignidade da pessoa humana em qualquer situação, a fim de que não deixemos ninguém desamparado, em todas as realidades. Amém! ”  (Clauzemir Makximovitz – Meditações para o dia a dia [2017] – Vozes). 

 Pe. João Bosco Vieira Leite