(Gn 12,1-9; Sl 32[33]; Mt 7,1-5) 12ª Semana do Tempo Comum.
“Não julgueis e não
sereis julgados” Mt 7,1.
“Julgar é coisa de
Deus. Essa ideia é bastante comum nas religiões. Deus julga os homens e os
recompensa de acordo com a sua conduta. Jesus não deixa de lembrar em suas
parábolas que um dia prestaremos contas a Deus por todos os nossos atos. A
parábola dos talentos, o convite à vigilância, a parábola do rei que separa as
ovelhas e os cabritos, são algumas das inúmeras passagens que falam do
julgamento de Deus. Julgar é coisa só de Deus, porque para julgar é preciso
conhecer o coração. O fariseu e o publicano são um bom exemplo de como os
critérios de Deus são diferentes dos nossos. Outro exemplo: para Deus, as
gordas esmolas dos ricaços valem quase nada perto das duas moedinhas que a
viúva tirou de seu sustento para fazer sua oferta. Julgar é proibido por Jesus.
Com muita facilidade criticamos os outros por coisas que nós mesmos fazemos.
‘Atire a primeira pedra quem não tiver pecado’, dizia ele aos que queriam
condenar a mulher surpreendida em adultério. Cada um tire a trave que tem no
olho, antes de pretender tirar o cisco do olho do outro. Não é proibido ter
senso crítico. O discernimento é um dom do Espírito Santo de Deus. É a
sabedoria que nos abre as portas para, em vez de julgar, acolher a quem erra,
ter misericórdia, exercer a correção fraterna, praticar repetidamente o perdão.
Um bom critério usado com frequência por Jesus pode nos ajudar a não julgar.
Distinguir bem: o erro, não podemos aceita-lo de modo algum. A pessoa que erra,
temos de acolher sempre, com mais atenção ainda, para que se converta e viva.
Foi assim com Zaqueu, com a Samaritana, com Madalena, com Paulo, com muitos
outros, com você... – Conheceis, ó Mestre, nossas boas intenções.
Muitas vezes como São Paulo não fazemos o bem que queremos, mas o mal que
detestamos. Que a vossa misericórdia seja maior que a justiça quando estivermos
diante de vós face a face, levando em nossas mãos tudo o que realizamos. Amém” (João Bosco
Barbosa – Graças a Deus [1995] – Vozes).
Pe. João Bosco Vieira Leite