Segunda, 21 de junho de 2021

(Gn 12,1-9; Sl 32[33]; Mt 7,1-5) 12ª Semana do Tempo Comum.

“Não julgueis e não sereis julgados” Mt 7,1.

“Julgar é coisa de Deus. Essa ideia é bastante comum nas religiões. Deus julga os homens e os recompensa de acordo com a sua conduta. Jesus não deixa de lembrar em suas parábolas que um dia prestaremos contas a Deus por todos os nossos atos. A parábola dos talentos, o convite à vigilância, a parábola do rei que separa as ovelhas e os cabritos, são algumas das inúmeras passagens que falam do julgamento de Deus. Julgar é coisa só de Deus, porque para julgar é preciso conhecer o coração. O fariseu e o publicano são um bom exemplo de como os critérios de Deus são diferentes dos nossos. Outro exemplo: para Deus, as gordas esmolas dos ricaços valem quase nada perto das duas moedinhas que a viúva tirou de seu sustento para fazer sua oferta. Julgar é proibido por Jesus. Com muita facilidade criticamos os outros por coisas que nós mesmos fazemos. ‘Atire a primeira pedra quem não tiver pecado’, dizia ele aos que queriam condenar a mulher surpreendida em adultério. Cada um tire a trave que tem no olho, antes de pretender tirar o cisco do olho do outro. Não é proibido ter senso crítico. O discernimento é um dom do Espírito Santo de Deus. É a sabedoria que nos abre as portas para, em vez de julgar, acolher a quem erra, ter misericórdia, exercer a correção fraterna, praticar repetidamente o perdão. Um bom critério usado com frequência por Jesus pode nos ajudar a não julgar. Distinguir bem: o erro, não podemos aceita-lo de modo algum. A pessoa que erra, temos de acolher sempre, com mais atenção ainda, para que se converta e viva. Foi assim com Zaqueu, com a Samaritana, com Madalena, com Paulo, com muitos outros, com você... – Conheceis, ó Mestre, nossas boas intenções. Muitas vezes como São Paulo não fazemos o bem que queremos, mas o mal que detestamos. Que a vossa misericórdia seja maior que a justiça quando estivermos diante de vós face a face, levando em nossas mãos tudo o que realizamos. Amém (João Bosco Barbosa – Graças a Deus [1995] – Vozes).

Pe. João Bosco Vieira Leite