Quinta, 25 de março de 2021

(Is 7,10-14; 8,10; Sl 39[40; Hb 10,4-10; Lc 1,26-38) 

Anunciação do Senhor.

“O anjo entrou onde ela estava e disse: ‘Alegra-te, cheia de graça, o Senhor está contigo!’” Lc 1,28.

“O caráter mariano desta solenidade que os antigos livros da liturgia romana celebravam como solenidade do Senhor, vem enfocado pelo Ofício e pela Missa hodierna. Esta festa remonta ao século VI. É tão antiga como a devoção a Nossa Senhora. Os primeiros cristãos lembravam as palavras do arcanjo Gabriel e da prima Isabel. O conteúdo da anunciação diz respeito ao Messias e à Mãe dele. Quem vai nascer dela é o Filho de Deus. Por isso ela será chamada Mãe de Deus. O anjo usa a linguagem dos profetas do Antigo Testamento em suas profecias messiânicas, iniciando com um convite à alegria e garantindo a ajuda de Deus à Virgem escolhida para a mais alta missão. Maria é objeto das complacências divinas: o Senhor está com ela, encontrou graça aos olhos do altíssimo, será virgem e Mãe de Deus. A própria Maria reconhece nas palavras do anjo os termos proféticos que prenunciam a revelação do Messias. Comparando a profundidade religiosa do total abandono de Maria à vontade de Deus com aquilo que tem de sobrenatural com o anúncio feito, podemos afirmar que no momento da sua resposta definitiva do fiat (faça-se), nela estava presente de modo real aquilo que se tornaria pouco a pouco manifesto, no decorrer de sua vida, graças ao contato com seu divino Filho. ‘No momento da anunciação, Maria é a mais alta expressão da expectativa de Deus e do Messias no Antigo Testamento; é síntese e o ponto culminante da expectativa messiânica dos hebreus. É assim que se vê S. Lucas no Magnificat; é assim que a vê a patrística, que a revive a teologia contemporânea. Por causa da graça do seu nascimento sem mancha e de sua consagração virginal a Deus, Maria recebeu graças e luzes excepcionais. Graças a tudo isso ela indicou na sua pessoa a abertura fundamental à expectativa de Iahweh-Salvador’ (Schillebeeck)” (Mario Sgarbosa e Luigi Giovannini – Um Santo para cada Dia – Paulus). 

 Pe. João Bosco Vieira Leite