(Is 49,1-6; Sl 70[71]; Jo 13,21-33.36-38)
Semana Santa.
“Depois de receber o
pedaço de pão, Judas saiu imediatamente. Era noite” Jo 13,30.
“Estar perto do
Mestre é sempre uma experiência iluminadora. Escutar palavras que dizem ser
luz, caminho, verdade e vida trazem a segurança dos que estão bem em casa e
podem comer juntos o mesmo pão. Estar perto dos discípulos do Mestre e ser um
deles é viver a segurança do convívio terno e fraterno, é dividir a existência.
Ser companheiro de vida do Mestre, abraça-lo como único Mestre, vivo e real;
Aquele que chama, que orienta, ensina, provoca, sabe consolar, desafia, mas
sempre conduz a sabedoria do Senhor. Ser companheiro de vida do Mestre
significa deixar-se trabalhar pelo Mestre, chegar à verdade de seu coração para
estar na vida de um modo mais clarividente, tudo na luz de um eterno dia. E se
a força decai? E se o ideal é corrompido? Aos poucos perde-se o ânimo, o prazer
de estar junto, a generosidade vai-se diluindo, tudo parece uma imposição, o
encontro fica pesado e sufocante. Sair de perto do Mestre é perder o calor
natural do coração, é sentir aquele complexo de vitamina sem investir mais na
graça de poder trabalhar, servir e aprender. Então, já não dá para viver
inteiro em cada pedaço; o jeito então é pegar o pedaço apenas e sair. Não
segurar o vigor de ser discípulo é sentir-se meio deslocado na luminosidade do
encontro; é noite. – Senhor, que não precise sair da segurança de sua
presença. Que permaneça sempre firme repartindo pão e luz. Amém” (Martinho
Lutero e Iracy Dourado Hoffman – Graças a Deus [1995] –
Vozes).
Pe. João Bosco Vieira Leite