Quinta, 01 de abril de 2021

(Ex 12,1-8.11-14; 115[116B]; 1Cor 11,23-26; Jo 13,1-15) 

Ceia do Senhor.

“Portanto, se eu, o Senhor e Mestre, vos lavei os pés, também vós deveis lavar os pés uns dos outros”

Jo 13,14.

“A Semana Santa mexe muito com o sentimento do povo. O caminho do Calvário recordado nas quatorzes estações, os Ramos, as procissões, a Cruz, o silêncio nas igrejas, a prece penitente, as muitas confissões, a expectativa da Ressurreição. Mas o povo tem um carinho muito grande pela Quinta-feira Santa; todos acorrem para ver o Lava-Pés, um gesto repetido há séculos, mas que não perde nunca sua novidade. É um querer ver, é acompanhar sempre com interesse renovado. O Lava-Pés emociona: é forte de significado ver aquelas pessoas compenetradas representando os apóstolos e o sacerdote ou ministro repetindo o gesto de Jesus. Contudo, não é teatro não! É a celebração de uma grande verdade: o amor sabe inclinar-se para o outro para tornar mais confortável a sua vida! Quando a gente ama pra valer tem coragem suficiente para beijar os pés que nos lembram a convocação exigente do amor. Outro vem até mim e eu vou para ele num encontro de vidas. Minha vida não é minha, dou-a para aquilo que nos une: o serviço comum! Servir é virtude divina, por isso o Senhor antecipou-se em lavar os pés; Ele é o grande servo do Universo. Quando a gente se lava tem aquela sensação de bem-estar e leveza onde tudo fica melhor; dá mais gosto, mais ânimo. A maior prova de que alguém está muito bem na vida é a sua generosidade e disponibilidade em servir, amando feito bacia, água e toalha limpa. – Senhor, ensina-me a inclinar-me sobre as necessidades mais fundamentais de meus irmãos e irmãs, para tornar-lhes a vida mais agradável. Amém (Vitório Mazzuco Filho – Graças a Deus [1995] – Vozes).

  Pe. João Bosco Vieira Leite