(Ex 12,1-8.11-14; 115[116B]; 1Cor 11,23-26; Jo 13,1-15)
Ceia do Senhor.
“Portanto, se eu, o
Senhor e Mestre, vos lavei os pés, também vós deveis lavar os pés uns dos
outros”
Jo 13,14.
“A Semana Santa mexe
muito com o sentimento do povo. O caminho do Calvário recordado nas quatorzes
estações, os Ramos, as procissões, a Cruz, o silêncio nas igrejas, a prece
penitente, as muitas confissões, a expectativa da Ressurreição. Mas o povo tem
um carinho muito grande pela Quinta-feira Santa; todos acorrem para ver o
Lava-Pés, um gesto repetido há séculos, mas que não perde nunca sua novidade. É
um querer ver, é acompanhar sempre com interesse renovado. O Lava-Pés emociona:
é forte de significado ver aquelas pessoas compenetradas representando os
apóstolos e o sacerdote ou ministro repetindo o gesto de Jesus. Contudo, não é
teatro não! É a celebração de uma grande verdade: o amor sabe inclinar-se para
o outro para tornar mais confortável a sua vida! Quando a gente ama pra valer
tem coragem suficiente para beijar os pés que nos lembram a convocação exigente
do amor. Outro vem até mim e eu vou para ele num encontro de vidas. Minha vida
não é minha, dou-a para aquilo que nos une: o serviço comum! Servir é virtude
divina, por isso o Senhor antecipou-se em lavar os pés; Ele é o grande servo do
Universo. Quando a gente se lava tem aquela sensação de bem-estar e leveza onde
tudo fica melhor; dá mais gosto, mais ânimo. A maior prova de que alguém está
muito bem na vida é a sua generosidade e disponibilidade em servir, amando
feito bacia, água e toalha limpa. – Senhor, ensina-me a inclinar-me
sobre as necessidades mais fundamentais de meus irmãos e irmãs, para
tornar-lhes a vida mais agradável. Amém” (Vitório Mazzuco Filho – Graças
a Deus [1995] – Vozes).
Pe. João Bosco Vieira Leite