Terça, 23 de março de 2021

(Nm 21,4-9; Sl 101[102]; Jo 8,21-30) 

5ª Semana da Quaresma.

“Por isso Jesus continuou: ‘Quando tiverdes elevado o Filho do Homem, então sabereis que eu sou

e que nada faço por mim mesmo, mas apenas falo aquilo que meu Pai me ensinou’” Jo 8,28

“O que o humano é capaz de fazer com seu Deus? A morte. É como diz a letra da canção, onde o poeta coloca-se na pele de um índio e desabafa à civilização culta e religiosa dizendo: ‘Que me dera ao menos uma vez entender como um só Deus ao mesmo tempo é três. E esse mesmo Deus foi morto por vocês. É só maldade então deixar um Deus tão triste’ (Renato Russo – Legiao Urbana, em ‘índios’). O Filho do Homem foi levantado numa cruz. O que a ação Divina é capaz de fazer pela humanidade? Dar a vida! Mostra-se naquilo que se é: totalmente apaixonado pela raça humana, amando na medida do amor de um Deus. O Filho do Homem veio para fazer a exaltação pública da raça humana, vestiu-se da nossa carne, imagem e semelhança do Pai. Procurou dar ao nosso coração sentimentos de imortalidade. Manifestou-se publicamente pela justiça, pelo bem, pela verdade. Mostrou-se Messias e Salvador, aquele que trouxe uma nova consciência. A sociedade de então procurou matar esta consciência. É difícil conviver com um Deus capaz de amar assim! Mas o seu fazer, a sua identidade, a sua postura é revelar o modo do Pai amar a humanidade. Alimenta-se do Pai em tudo o que faz. A sua voz e vontade é o modo como o Pai age e ensina. Espelhar-se no Pai é de importância vital. Reflete-se no Pai para embelezar o modo do mundo e salvá-lo, até o sacrifício de ser levantado numa cruz por amor. – Senhor, ao olhar para a cruz que não veja a derrota, a morte, a condenação; mas sim onde o amor é capaz de chegar na sua mais radical entrega. Amém (Vitório Mazzuco Filho – Graças a Deus [1995] – Vozes).

 Pe. João Bosco Vieira Leite